A região do Alentejo, em Portugal, acaba de criar uma certificação inédita para vinhos de produção sustentável
A região do Alentejo, em Portugal, acaba de anunciar a criação de certificação de produção sustentável, um selo inédito no setor, que será atribuído aos produtores que cumpram com requisitos de gestão de solos, água e rega, diminuição de produção de resíduos ou monitorização da fertilização, entre muitos outros critérios para uma prática de produção sustentável e de benefício ambiental.
Segundo dados da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), organismo privado que certifica, controla e protege os vinhos DOC e os vinhos Regional Alentejano, o Brasil é líder no consumo dos vinhos dessa região, a maior de Portugal e a que mais vende, tanto dentro quanto fora do país.
Melhores práticas
A produção de vinho tem um impacto bastante relevante no consumo de recursos, nomeadamente ao nível de água, energia e materiais, sendo absolutamente necessária uma monitoração do consumo desses recursos e uma otimização dos processos. Sendo assim, a conquista deste selo traz outras vantagens aos produtores que apostam numa viticultura sustentável.
A CVRA estima que este selo aumente de 5 a 10% as vendas dos Vinhos do Alentejo, algo importante, já que a maioria dos consumidores levam em consideração na hora da compra, se a marca em questão está relacionada a causas ambientais. A entidade também vê benefícios para os produtores, uma vez que a implementação de planos de monitoração de água e luz permite uma redução de custos de 20% a 30%.
“Produções vitivinícolas mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, através da redução do uso de pesticidas, do gasto de água e eletricidade ou da proteção da biodiversidade são, sem dúvida, produções mais viáveis economicamente, uma vez que tornam todo o processo, desde a uva até a garrafa mais eficaz e eficiente”
João Barroso, coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA)
Os produtores da região já estão imbuídos em realizar a boa gestão dos solos, a preservação dos ecossistemas e das linhas de água, além de uma produção integrada e biológica. Há também trabalhos de reciclagem bem como o uso de produtos verdes ou certificados, como rolhas, barricas entre outros materiais. Na adega, a eficiência energética e o uso racional da de água e a redução de resíduos são prioritários.