A 11ª edição do Vinhos de Portugal mobilizou o mercado em junho, no Jockey Club, no Rio de Janeiro, e no Pavilhão da Bienal em São Paulo
A 11ª edição do Vinhos de Portugal, o maior evento de vinhos portugueses no Brasil, aconteceu no Rio de Janeiro, de 7 a 9 de junho, no Jockey Club Brasileiro, e no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Pavilhão da Bienal), no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no fim de semana seguinte, entre os dias 13 e 15. O evento mais uma vez mobilizou os amantes da bebida, repetindo o sucesso dos anos anteriores.
Pelo segundo ano consecutivo, o evento bateu recorde de expositores, com mais de 95 produtores que expuseram 800 rótulos conhecidos e inéditos. Na edição do Rio de Janeiro, o evento bateu recorde de público, com mais de 10 mil pessoas. Na capital paulista foram 6 mil pessoas. Outro recorde!
A edição de 2024 não só proporcionou a apresentação e degustação de rótulos, mas também uma interação direta com os produtores e enólogos e a possibilidade de participar de workshops e 16 provas guiadas por especialistas e profissionais de destaque do segmento em Portugal, com a duração de duas horas cada, como a Comissão da Beira Interior, o produtor Barroca da Malhada e o enólogo António Maçanita.
O time de profissionais do segmento incluiu ainda estrelas como o Master of Wine brasileiro, Dirceu Vianna Júnior; o crítico do Valor Econômico Jorge Lucki; a sommelière do restaurante de uma estrela Michelin ORO, Cecília Aldaz; os jornalistas do jornal Público Manuel Carvalho e Alexandra Prado Coelho; e o crítico e diretor da revista de vinhos Grandes Escolhas, Luís Lopes.
Destaque também para a área de convivência, onde era possível fazer networking com muitos profissionais do meio e wine lovers, encontrar estandes com ativações de marca, gastronomia, informações turísticas, adquirir preciosidades na loja de vinhos e até conferir o trabalho de uma bordadeira da Ilha da Madeira ao vivo.
Salão de Degustação
O Portal Mesa de Bar foi convidado para a edição paulistana do evento. No concorrido salão de degustação foram apresentados 800 rótulos de mais de 95 produtores de diferentes regiões lusitanas, como Alentejo, Beira Interior, Dão, Lisboa, Península de Setúbal, Porto, Douro, Tejo e Vinhos Verdes.
Participamos de diversas degustações de excelentes rótulos, que proporcionaram expandir nosso conhecimento e aprendizado sobre os vinhos portugueses, interagindo diretamente com os produtores ou importadores. Foi uma oportunidade imperdível tanto para profissionais do segmento quanto para amantes da bebida. Vamos destacar alguns dos rótulos degustados:
Começamos degustando o vinho Quinta da Rede Grande Reserva Branco 2019, um blend de viosinho, arinto de bucelas e gouveio produzidas na região do Douro. Encorpado e muito refrescante. Um ótimo vinho e um excelente start… Da mesma vinícola, das mãos do expositor provamos o Quinta da Rede Vinha da Seara Tinto, um blend de touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinto cão, tinta barroca, tinta amarela, mourisco e alicante bouschet. Com tantas uvas e por ter maturado por 14 meses em barris novos de carvalho francês, ele, por incrível que pareça, ficou muito bom, intenso, bem frutado e com um amadeirado no ponto.
Passamos para o Dona Maria 2023, da Júlio Bastos, uma vinícola do Alentejo. Trata-se de um blend bem seco e equilibrado de alicante bouschet, touriga nacional, syrah e cabernet sauvignon com passagem de seis meses em barrica de carvalho francês.
E paramos literalmente estáticos na Anselmo Mendes para saborear um ícone: o Parcela Única Vinho Verde 2016, 100% alvarinho. Ele foi concebido após 10 anos de estudos sobre 20 parcelas, onde somente uma se destacou para a sua produção. Tanto que é considerado um dos melhores brancos de Portugal e tem gente que acha o melhor do mundo. Muita complexidade, alta citricidade, notas de baunilha e uma perfeita integração entre o frutado e o amadeirado de nove meses em barricas de carvalho francês, com um ótimo final mineral fresco.
O simpático produtor Tiago Mendes ainda nos presenteou com o Pardusco Private 2018. Um vinho excepcional, produzido a partir da uva alvarelhão, uma antiga variedade que foi quase esquecida, pois a região inteira é de Vinhos Verdes. Por isso vale experimentar. Ele é sedoso, de corpo médio, com um intenso sabor de frutas vermelhas e forte mineralidade.
Passamos para o Falua Conde Vimioso Reserva 2020. Um tinto intenso e complexo da região do Tejo. Este blend de touriga nacional, cabernet sauvignon, castelão e aragonês entrega fortes aromas e sabores de ameixa, amora preta e especiarias. Da mesma Falua provamos o Falua Unoaked Reserva Tinto, 100% touriga nacional. É um rótulo intenso, mas elegante, com muita fruta preta, como ameixas e amoras, e taninos presentes que lhe dão estrutura e potencial de guarda.
Na sequência, provamos o Quinta dos Aciprestes Reserva Tinto 2020, um vinho do Douro feito de um blend de touriga nacional com touriga franca, com muito frutado, aroma floral e notas de baunilha. Bem seco, mas elegante e macio. Depois, degustamos o Quinta de Cidrô 2018. É quase que um “primo mais jovem” do anterior só que mais intenso e 100% touriga nacional.
O próximo foi o Vinhas Velhas 2021 da Monte dos Perdigões, um dos produtores mais tradicionais do Alentejo. Como o nome diz, as Vinhas Velhas representam toda a história do cultivo de uvas na região. Ele também é um blend de alicante bouschet, aragonês e touriga nacional e passa 12 meses em barris de carvalho. É um tinto mais seco, de pegada intensa, frutado, encorpado e com um final longo e elegante. Da mesma Perdigões provamos o Poliphonia Reserva Tinto 2022, um blend de alicante bouschet, aragonês e syrah bem estruturado e complexo, com aromas de frutas vermelhas e especiarias e taninos suaves. Um vinho com bom potencial de envelhecimento.
Da vinícola Santos & Seixo, também do Alentejo, provamos o tinto Santos da Casa Reserva 2021. Um blend de alicante bouschet e cabernet sauvignon bastante denso, com aroma de frutas vermelhas e baunilha. Os 12 meses que ele passa no barril de carvalho francês ficam bem evidentes em boca, aliado a taninos marcantes e um final longo e persistente.
Também da Santos & Seixo, só que do Douro, provamos o Cevêr Reserva 2019, um blend de touriga nacional, touriga franca, sousão e tinta roriz que foi pisado e fermentado em lagares com acabamento em barricas de carvalho francês por 12 meses. Seu aroma lembra frutas vermelhas com notas de baunilha e de cacau. No sabor ele surpreende pelo frescor das frutas vermelhas, como framboesa e amora e um leve amadeirado.
Finalizamos a visita às Santos & Seixo com o estupendo Santos da Casa Grande Reserva Douro 2018. Um vinho feito do mesmo blend do Cevêr só que de vinhas velhas, também pisado em lagar de pedra tradicional e com estágio de 24 meses em barricas de carvalho francês, produzido somente em anos de qualidade excepcional e em quantidades limitadas. Um vinho complexo e elegante, bem frutado e amadeirado. Intenso, mas com taninos suaves. Realmente, “Santos da Casa Fazem Milagres”!
No estande da Herdade do Esporão fizemos uma degustação do Esporão Reserva Tinto 2021 com a versão Branco safra 2022. O tinto é um blend de alicante bouschet, touriga nacional, aragonez, syrah, trincadeira, cabernet sauvignon e touriga franca, com estágio de 12 meses em barricas de carvalho americano e francês. Tem um aroma puxado para o floral e especiarias e no sabor um frutado que lembra cassis e ameixas. O final é intenso e persistente. Já o branco é um clássico Alentejano da vinícola, obtido das uvas antão vaz, arinto e roupeiro em modo de produção biológica. Um vinho intenso, harmonioso, com um aroma intenso de pêssego e especiarias, entregando um sabor frutado muito elegante e com grande frescor.
Pausa para um vinho do Porto. Começamos simplesmente com um Taylor’s Golden Age 50 Year Old Tawny Port. O que dizer de um vinho que é um blend de um lote de vinhos excepcionalmente raros e antigos, com média de idade de 50 anos, produzido em quantidades limitadíssimas. Para começar, a cor acobreada intensa já te fascina. O aroma de madeira e tabaco dão a dica que você vai beber um porto excepcional. Em boca ele tem muito volume e entrega a sensação licorosa de passas, amêndoas, ameixa e framboesa. É uma espécie de fusão dos perfis dos Tawny 30 e 40 anos. Aliás, provamos também o Taylor’s Tawny 40 Anos que entrega tudo o que o anterior entrega. A diferença realmente está na concentração dos sabores e aromas, um pouco mais leves e menos intensos. Mas dois excelentes Portos!
Da vinícola Quinta do Crasto provamos o Roquette & Cazes Tinto 2021, um blend de tinta roriz, touriga franca e touriga nacional. Um vinho do Douro de excelente complexidade, elegante, aromático com notas de frutas vermelhas, especiarias e balsâmicas e textura aveludada, que termina muito fresco e persistente.
Passamos para a península de Setúbal, onde da Casa Ermelinda Freitas provamos o Dona Ermelinda Grande Reserva 2020, um blend de touriga nacional, castelão e trincadeira. Um vinho que maturou por 18 meses em carvalho francês e depois mais 18 meses em garrafa. Daí ele absorve o amadeirado e tem uma forte intensidade, com taninos presentes e final longo. Um vinho de produção limitada a 16.500 unidades com garrafas numeradas. Da mesma vinícola provamos o Moscatel Roxo de Setubal Superior 2010, um vinho branco fortificado, com 18,5% de teor alcóolico, feito de uvas moscatel, com descanso de seis anos em barris de carvalho francês. Um vinho muito complexo, com aromas florais e de especiarias, uma alta acidez e aquela textura licorosa de inevitável doçura. Tem final longo com notas de laranja, avelã e nozes.
Hora de um comparativo entre o Caves Velhas Garrafeira Dão 2018 com o Caves Velhas Garrafeira Lisboa 2018. Este último é um blend de merlot, syrah e touriga nacional que mostra a evolução dos vinhos cultivados na região de Lisboa. Ele matura por 12 meses em barricas de carvalho francês e mais 12 meses em garrafa. Um vinho intenso, com aroma e sabor de frutas vermelhas e um suave dulçor ao final. Já a versão do Dão é um blend de alfrocheiro, tinta roriz e touriga nacional. Um vinho de aromas intensos, com notas que lembram os pinheiros de Natal, sabores fortes de frutas vermelhas e uma textura única.
No estande da Casa Ferreirinha provamos o Quinta da Leda 2020 que nasce dos mesmos vinhedos do Douro que dão origem ao Barca Velha, um dos melhores vinhos de Portugal produzido pelo enólogo Luis Sottomayor. Ele é um blend de touriga franca, touriga nacional, tinto cão e tinta roriz, descansa 18 meses em barris de carvalho, tem aroma floral e de frutas vermelhas, com toques balsâmicos e de especiarias. Em boca é complexo, estruturado, amadeirado e com um final longo e elegante.
Da Herdade do Peso, provamos o Revelado DOC Alentejo 2020, um blend de alicante bouschet, touriga nacional e syrah que descansa por 12 meses em barris de carvalho francês. No aroma, dá para sentir frutas vermelhas, como ameixa e groselha, e no paladar ele se revela um vinho equilibrado, fresco, com taninos bem integrados. Outro da vinícola que provamos foi o Parcelas DOC Alentejo Blocks 21 safra 2019, um varietal de alicante bouschet complexo, com aromas de frutas vermelhas, especiarias e tabaco. Um vinho com 12 meses maturando em barris de carvalho francês, encorpado, equilibrado com um final longo e elegante.
Hora de um espumante. Provamos o Villa Rosa Blanc de Blancs Brut da Adega de Cantanhede da Bairrada. Elaborado com as uvas bicale e arinto de bucelas, ele é um espumante delicado e fresco. Logo passamos novamente para um tinto, o Quinta do Ventozelo, um blend de touriga nacional, touriga franca e tinta roriz da região do Douro. Um vinho elegante, suave, frutado e com toques de madeira e especiarias. Continuamos com o Avó Sabica Tinto, da Casa de Sabicos na região do Alentejo. Um blend de trincadeira, alicante bouschet e aragonez, que matura por 14 meses em barris de carvalho francês e no mínimo de três meses em garrafa antes de ir para o mercado. Um vinho intenso, com aroma e sabor de frutas vermelhas maduras, bem alcoólico (15%) e amadeirado, com taninos e acidez presentes. Detalhe: aqui custa uma fortuna!
Passamos para o Quinta da Devesa Grande Reserva Tinto 2019. Um blend de touriga nacional, tinta roriz, touriga franca e tinta barroca da região do Douro. Envelheceu por 24 meses em barricas novas e usadas e descansou no mínimo um ano nas apenas 4 mil garrafas. Tem aromas florais, de ameixa preta e noz-moscada. No paladar ele se mostra intenso, concentrado e com um final bastante longo. E provamos dois vinhos Alentejanos da Jorge Rosa Santos: o Explicit Elementar e o Explicit Suplementar, ambos 2019. O primeiro é um varietal alicante bouschet, com aroma e sabor intenso de frutas vermelhas, como ameixa e amora maduras, e notas mentoladas, encorpado e com acidez equilibrada. Já o Suplementar é um blend de alicante bouschet, touriga nacional, alfrocheiro preto e aragonez, um vinho equilibrado, seco, com aroma e sabor intenso de ameixa e especiarias, acidez moderada e um final bem persistente.
Da Quinta da Boa Esperança provamos o seu varietal de Alicante Bouschet 2018 da região de Lisboa. Um vinho bem forte, intenso, com uma sensação de frutas vermelhas maduras, tabaco e especiarias. Passamos para o Bons Ventos Superior 2021, da Casa Santos Lima, também da região de Lisboa. Um blend de cabernet sauvignon, syrah e touriga nacional que matura por oito meses em barris de carvalho francês. Seu aroma e paladar lembram frutas vermelhas, como cerejas e framboesas, com bom corpo e acidez equilibrada. Um vinho de bom custo/benefício.
Experimentamos o Quinta da Pedra Cavada Reserva 2022, da Colinas do Douro, um blend de touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinto cão e tinta francisca com envelhecimento de oito meses em barris de carvalho francês. Um vinho seco, mas sedoso, com aroma de frutas vermelhas e notas de pinheiro, com um final longo e persistente. E conferimos o Arinto na Ânfora 2022 DOC da Barroca da Malhada. Um 100% arinto produzido com intervenção mínima organicamente e biodinamicamente na Beira Interior. Ele amadureceu em ânforas de barro durante seis meses e depois estagiou oito meses em barris novos de castanheiro português. O resultado é um vinho bem leve, com notas minerais e de nozes. Bem interessante.
Pausa para outro vinho do Porto. O Quinta da Côrte Porto LBV (Late Bottled Vintage) 2016 é feito totalmente segundo a tradição secular do Vale do Douro. Ele é elaborado a partir de vinhas velhas onde predominam castas tradicionais, como touriga nacional, touriga franca, tinta amarela, rufete e tinto cão. A vinificação é feita em lagares (pisados) e estagia em tonéis antigos de madeira de castanho português. O resultado é um Porto frutado, com aromas de chocolate e notas de cacau e hortelã. Na boca ele se revela encorpado, com taninos fortes, com grande equilíbrio, frescor e elegância. Daí partimos para uma edição especial do Porto Tawny 20 anos, feito do mesmo jeito, com as mesmas uvas, mas com aromas e sabores diferenciados, com notas de amêndoas, nozes, figos, passas e laranja. Na boca revela a mesma complexidade, com concentração licorosa, alta acidez e amadeirado.
Passamos para um Moscatel Roxo de Setúbal 5 anos da Bacalhoa, da península de Setúbal. Um vinho fortificado resultado da colheita de 2016, com de 5 anos de envelhecimento em barris de carvalho americano que abrigaram whisky. Um vinho de coloração topázio escura, um aroma intenso, rico e complexo, com notas florais de flor de laranjeira, passas, amêndoas e mel. Um vinho obviamente adocicado com um final que lembra laranja cristalizada que vai muito bem ao final das refeições.
Passamos para o Poças LBV 2018, um vinho do Porto de uma só colheita das uvas touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinta barroca e tinto cão de vinhas de 50 anos de idade. Um vinho de elevada qualidade, envelhecido em barris de carvalho e engarrafado cinco anos após a colheita. Tem aroma de groselha e mirtilo e na boca ele se mostra encorpado, com forte sabor de ameixas, passas e especiarias. Doce, sedoso e elegante, com um final longo e persistente. Experimentamos a versão Poças Tawny 10 Anos, feito com as mesmas uvas, mas de vinhas de 30 anos de idade. Daí ele é um blend de vinhos selecionados de diferentes colheitas, também envelhecidos em barris, com 10 anos de idade em média. Ele repete as características do anterior, entretanto um pouco mais leve e menos concentrado. E também provamos a versão Poças Ruby, que difere dos demais apenas por ser mais para o tinto, encorpado, com muita sensação de frutas vermelhas e framboesa.
Para encerrar o tour pelos Portos, provamos três excelentes rótulos da Graham’s. Começamos pelo Graham’s 20 Years Old Tawny 20 um belo representante da arte de combinar diversos vinhos envelhecidos em barricas de carvalho, neste caso com 20 anos de idade de média, feitos das variedades touriga franca, touriga nacional, tinta barroca e tinta roriz. Possui um clássico aroma de nozes e um final longo e prazeroso. Um Porto mais claro, suave, muito elegante. Passamos para o Graham’s Six Grapes, um Ruby Reserva elaborado a partir das seis uvas: touriga nacional, touriga francesa, tinta roriz, tinta barroca, tinta amarela e tinto cão. Mais escuro e encorpado, no aroma e no sabor identifica-se as frutas vermelhas, como ameixas e cerejas, passas e chocolate, com um dulçor não tão intenso e um licoroso alcoólico presente. Excelente!
A maior surpresa da Graham’s, entretanto, foi o Graham’s Blend No 5 White Port. Vinhos do Porto Branco geralmente são meio discriminados, mas tem grande uso na coquetelaria em drinks clássicos como o Porto Tônica, por exemplo. Mas também caem muito bem antes das refeições ligeiramente gelados para abrir o apetite. Enfim, este está muito bem finalizado, feito de uvas malvasia fina e moscatel galego. Um Porto seco, aromático com notas florais, de frutas cítricas e final fresco e adocicado na medida. Excelente achado!
E para finalizar nosso tour, nada como relaxar provando vinhos e dando umas risadas no estande do Luis Pato. Ele é uma lenda em Portugal, o produtor de maior prestígio da região da Bairrada, onde desde o século XVIII sua família elabora vinhos na Quinta do Ribeirinho. Enólogo de espírito pioneiro e inovador, Pato começou a fazer, em 1988, vinhos de “Vinhas Velhas”, com uma média de idade de 45 anos, e deu nova vida aos vinhos elaborados com a Baga, uma variedade local conhecida historicamente por originar tintos difíceis, rústicos, extremamente tânicos e ácidos.
No seu estande provamos o Luis Pato Vinhas Velhas Tinto 2021, um representante fiel da filosofia de Pato com a uva baga, de produção pequena, com 24 meses de envelhecimento em barris usados de carvalho francês. É um vinho é intenso, com notas de framboesa, baunilha, ameixa preta, pinheiro e chocolate. Também degustamos o Luis Pato Parcela Cândido Branco 2022,feito de 100% cercial com descanso por seis meses em barris de castanho. Um vinho aveludado, com acidez média, mineralidade e sabor que remete a maçã verde.
E finalizamos com o Luis Pato Vinha Formal Bruto 2013, um espumante sofisticado, de vinhedo único das uvas cercial e bical, produzido pelo método champenoise em pequenas quantidades. Ele fermenta em barris de carvalho de segundo uso e depois matura na garrafa com as borras por nove meses para preservar o caráter aromático das uvas, com notas florais, e para realçar seus sabores cítricos de limão siciliano, pêssegos e frutas secas, além de conferir corpo e complexidade. Brindamos o fim de nosso tour pela feira com ele e ganhamos um abraço do próprio Pato.
Na nossa avaliação, o Vinhos de Portugal 2024 foi espetacular. Uma prova de que o evento se consolida, cada vez mais, como um dos maiores, melhores e mais representativos do segmento de vinhos no Brasil. Parabéns a todos os envolvidos! Mais informações no site: https://vinhosdeportugal.oglobo.com.br/ e no Instagram: @vinhosdeportugalbr_.