O MAPA divulga o Anuário da Cerveja 2022 que comprova que as artesanais estão crescendo cada vez mais no país
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) acaba de divulgar o “Anuário da Cerveja 2022”, principal relatório oficial com dados do setor cervejeiro no Brasil. Ele revela que foram inauguradas 180 novas fábricas no país, um crescimento de 11,6% em comparação com 2021. É como se a cada dois dias uma nova cervejaria foi inaugurada no país. O anuário também mostra que 722 municípios, ou seja, 13% do total, já têm suas próprias cervejarias. Ao todo, o Brasil registra 1.729 cervejarias.
Não houve diminuição do número de estabelecimentos em nenhuma unidade da Federação. O destaque vai para Minas Gerais que, com aumento de 33 cervejarias registradas, superou Santa Catarina em 2022 e alcançou a terceira posição no ranking com 222 estabelecimentos. São Paulo se mantém como o primeiro estado com maior número de cervejarias registradas, com 387 estabelecimentos, seguido do Rio Grande do Sul com 310.
Segundo o levantamento, a tendência de concentração de cervejarias na região Sudeste permanece, com 798 estabelecimentos registrados, o que representa 46,2% do total. Já a região que teve o maior crescimento relativo no ano foi a Norte, que apesar de contar com apenas com 36 estabelecimentos, apresentou 20% de aumento no número de cervejarias registradas em comparação a 2021. Acre, Amapá e Roraima seguem sendo os únicos estados que possuem apenas um município com uma cervejaria.
“O crescimento praticamente estável na comparação com 2021 mostra a maturidade das micro, pequenas e médias cervejarias e o poder empreendedor do cervejeiro artesanal. Seguimos crescendo, estamos cada vez mais presentes no território nacional e movimentando a economia local. A enorme quantidade de produtos e marcas também ilustram o poder de inovação deste segmento”
Gilberto Tarantino, presidente da Abracerva – Associação Brasileira de Cerveja Artesanal
Mercado em expansão
Segundo o anuário, o mercado também acelerou o registro de novos produtos. O crescimento que chegou a ser de 77% em 2018 e vinha perdendo ritmo até registrar alta de 5,2% em 2021, voltou a acelerar em 2022, com um aumento de 19,8%, o que significa 7.090 novas cervejas lançadas. Ao todo o Brasil possui 42.831 produtos registrados vendidos como 54.727 marcas comerciais diferentes.
O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos e deve alcançar, em 2023, o volume de vendas de 16,1 bilhões de litros, um crescimento de 4,5% em relação a 2022, de acordo com dados de uma pesquisa de mercado realizada pela Euromonitor International para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja – SINDICERV, que representa os interesses da Ambev e da Heineken, responsáveis por cerca de 80% da produção de cerveja no Brasil.
Os números comprovam o potencial do mercado do setor cervejeiro nacional, que demonstrou evolução, mesmo diante de um cenário econômico desafiador, marcado por taxa de juros em alto patamar e expectativa de inflação em elevação.
“A cadeia produtiva da cerveja contribui com mais de 2 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos e geração de 2% do Produto Interno Bruto Nacional. Para cada emprego em uma cervejaria são criados 34 novos postos de trabalho em toda a cadeia produtiva, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o SINDICERV. Em números, a cadeia gera mais de 27 bilhões em salários e é responsável por mais de R$ 49,6 bilhões (base 2022) de tributos por ano, sendo um dos principais colaboradores para o crescimento do Brasil“
Márcio Maciel, Presidente Executivo do SINDICERV
Já as micro, pequenas e médias cervejarias correspondem a cerca de 3% do mercado, mas representam 97% de todas as fábricas no Brasil. Sua atuação nos municípios ajuda a construir uma cadeia de valor que inclui bares especializados, qualificação de mão de obra para toda a cadeia, uso de insumos locais, criação de rotas turísticas e arrecadação de impostos.
“Nossa atuação tem sido justamente de mostrar ao poder público as diferenças fundamentais que existem entre as grandes indústrias e as cervejarias artesanais. Outros segmentos, como o de panificação possuem CNAES diferentes entre padarias e indústrias de panificação, por exemplo. A justiça tributária passa por aí”
Gilberto Tarantino, presidente da Abracerva
Considerações finais
No Anuário da Cerveja 2022 o MAPA divulga um balaço final que reproduzimos aqui alguns trechos:
1 – “A ligeira desaceleração nos patamares de crescimento verificados nos últimos anos é algo totalmente normal dentro de uma visão de longo prazo de análise da atividade cervejeira. De qualquer maneira, o crescimento do setor mostra números exponenciais e do início do século XX até os dias atuais o número de cervejarias já cresceu mais de 4.000%.
2 – Cada vez mais e mais municípios possuem sua cervejaria – das primeiras edições do anuário até a atual, o número quase dobrou, saindo da casa de 400 para quase 800. Já o número dos registros de produtos, nos últimos seis anos, aumentou em mais de 400%.
3 – Nossa balança comercial ultrapassou a casa dos US$ 100 milhões e os dados de geração de emprego e arrecadação de impostos são significativos. Este panorama mostra que a atuação do MAPA na divulgação dos dados públicos da atividade cervejeira é fundamental para o conhecimento próprio do setor, para o seu planejamento e para a criação das bases futuras para sustentar seu crescimento”.
O Anuário pode ser acessado e baixado gratuitamente no site do MAPA, pelo site https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/publicacoes/anuario-da-cerveja-2022/view Mais informações nos sites https://abracerva.com.br e https://www.sindicerv.com.br/.