Catharina Sour, o primeiro estilo brasileiro de cerveja, completa três anos de reconhecimento da certificadora internacional Beer Judge Cerfication Program (BJCP)

Em julho de 2018, o guia internacional o Beer Judge Cerfication Program (BJCP), uma organização certificadora mundial para juízes de cerveja que cataloga e estabelece classificações completas e aceitas dos estilos de cerveja da atualidade, reconheceu a criação do Catharina Sour, o primeiro estilo brasileiro de cerveja. Ao completar três anos, o estilo trouxe mais visibilidade para o mercado nacional da bebida. A inclusão aconteceu apenas três anos depois das primeiras produções brasileiras arriscarem colocar no mercado rótulos no estilo.

A Catharina Sour é uma cerveja refrescante, com baixo amargor, corpo leve e boa carbonatação. A graduação alcoólica vai de 4% a 5,5% e o índice de IBUs varia de 2 a 8. Entre as obrigatoriedades do estilo está a inclusão de uma fruta, de origem brasileira ou não.

“O ingresso no BJCP é, por si só, um marco. No entanto, o grande destaque da Catharina Sour é refletir a brasilidade e ter se tornado um símbolo da relação do país com a bebida. É um estilo refrescante, tropical, que abre uma variedade infinita de variações regionais. Ela mostra que os cervejeiros daqui podem criar cervejas diferentes, através de capacidade técnica e insumos para isso. Fazer boas cervejas criadas em outros locais é uma tarefa difícil, que já conseguimos cumprir. Já construir um estilo mostra o quanto podemos ser competentes na inovação em relação ao mercado cervejeiro global”
Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM)

A evolução na percepção dos brasileiros sobre o que é cerveja passa pela popularização de estilos como a Catharina Sour, de acordo com o especialista no mercado cervejeiro.

“Até pouco tempo atrás, cerveja tinha uma cor e temperatura para o público. Quando desconstruímos isso, trazemos para o consumidor uma amplitude sensorial que conecta definitivamente a cerveja a cultura, a história e a gastronomia”
Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM)

“A Catharina Sour é um marco importante para o cenário cervejeiro nacional e que reforça o estado como polo de inovação. Temos o privilégio de ter a cerveja na nossa história, de vivenciar a transformação pela qual este mercado está passando nos últimos anos e de propor caminhos para o futuro cervejeiro nacional. Certamente, isso é motivo de orgulho não só para quem atua no segmento, mas para toda a população catarinense”
Valmir Zanetti, presidente da Associação Vale da Cerveja

História do estilo

A história da Catharina Sour está muito conectada com Santa Catarina: foi no estado, em 2015, que o estilo surgiu entre os cervejeiros caseiros. Um ano depois, por meio da Associação Catarinense das Cervejas Artesanais (Acasc),eles organizaram um workshop que contou com a participação de mais de 20 cervejarias, que passaram a produzir a Catharina Sour profissionalmente. Em 2016, Cervejaria Blumenau lançou a primeira edição em garrafas registradas no país.

Nos eventos cervejeiros seguintes o estilo começou a se popularizar e, desde 2017, a Catharina Sour é um dos estilos disputados no Concurso Brasileiro da Cerveja de Blumenau. Em 2021, foi o segundo mais concorrido, com mais de 115 cervejas inscritas. No Untappd, rede social dedicada à cerveja, mais de 570 rótulos estão cadastrados. Hoje, além de marcas de todo o Brasil, já há cervejarias de países da América Latina e de outros, como a Polônia e os Estados Unidos, colocando as suas Catharina Sour em produção.

Produção catarinense

Criada em 2019, a Associação Vale da Cerveja reúne marcas catarinenses que estão localizadas nos municípios de Blumenau, Gaspar, Indaial, Pomerode e Timbó. O objetivo é ampliar a visibilidade do setor, promover o mercado regional e unir esforços para iniciativas que impactem positivamente a cadeia cervejeira na região.

Integram a associação as cervejarias Balbúrdia, Berghain, Blauer Berg, Blumenau, Container, Das Bier, Hersing, My Beer, Omas Haus, Schornstein, Segredos do Malte e Wunder Bier, além da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM).

Entre as 12 cervejarias integrantes do Vale da Cerveja, sete produzem o estilo, somando onze rótulos no mercado. São elas:

– Balbúrdia: um rótulo com goiaba e sálvia
– Cerveja Blumenau: duas Catharina Sour em linha, com pêssego e maracujá
– Das Bier: um rótulo de morango com maracujá
– My Beer: três rótulos fixos na casa, de abacaxi com hortelã, morango com cumaru e cajá
– Segredos do Malte: uma Catharina Sour com abacaxi, outra com amora
– Schornstein: uma edição sazonal, criada em parceria com a Escola Superior de Cerveja e Malte, que leva cupuaçu
– Omas Haus: edições sazonais de Catharina Sour com lichia e outras frutas da estação

O Portal Mesa de Bar se une aos entusiastas das cervejas e do estilo e saúda os produtores catarinenses e aliados que apostaram na sua criatividade, competência e ousadia para criar esse primeiro estilo brasileiro e fazer dele uma realidade de mercado. Parabéns!