Geração X é a principal compradora de vinhos no Brasil, seguida pelos Baby Boomers, aponta levantamento da Evino
A Evino, um dos maiores e-commerces de vinhos do Brasil, realizou um levantamento para identificar os hábitos de compras de todas as gerações (considerando apenas pessoas acima de 18 anos) para entender as preferências de cada grupo.
A empresa comparou dados referentes ao primeiro semestre de 2020 com o mesmo período em 2021 para avaliar se houve alguma diferença marcante, segmentando os consumidores de acordo com as quatro principais gerações: Baby Boomers (1945 – 1964), que representam 20% da base de clientes da Evino; Geração X (1965 -1980), que chegam a 40% dos clientes; Geração Y ou Millennials (1981 – 1995), com 30% da base; e Geração Z (1996 – 2015), que compõe 3,5%. O resultado não foi uma surpresa, mas permite identificar um panorama interessante.
A Geração X é a principal compradora de vinhos no Brasil, seguida pelos Baby Boomers e Millennials. No entanto, apesar de ficar em último lugar, a Geração Z é a que apresentou maior aumento no número de garrafas compradas no período avaliado, com um crescimento de aproximadamente 30% (87.216 no primeiro semestre deste ano contra 68.237 mesmo período em 2020). Já os Baby Boomers ficaram em segundo lugar, com um aumento de 5%.
A base de clientes da Evino no primeiro semestre de 2021 totaliza 350 mil clientes. Nesse mesmo período, foram vendidas 5 milhões de garrafas.
Por gênero
Comparando a base de clientes de cada uma das gerações no primeiro semestre de 2021, a Evino percebeu que nas duas primeiras, compostas por pessoas agora com no mínimo 40 ou 41 anos, há uma grande diferença entre a quantidade de homens e mulheres cadastrados.
Entre os Baby Boomers, 75% dos clientes são homens e apenas 25% mulheres – em se tratando de garrafas compradas nesta geração, a distinção cai para 72% e 28%, respectivamente. Apesar da grande diferença entre os gêneros, 44% das compras de espumantes e 37% dos rosés entre os Baby Boomers foram feitas por elas. Já 74% dos tintos e 65% dos brancos foram comprados pelos homens.
Na Geração X a diferença se mantém elevada, com 64% da base sendo representada por homens e 36% por mulheres – em relação à quantidade de rótulos comprados por cada um, a proporção fica em 61% e 39%, respectivamente. Aqui também é possível notar o interesse do público feminino pelos espumantes e pelos rosés – 50% e 47% das compras de espumantes e rosés, nesta ordem, entre a Geração X foram feitas por mulheres. Por sua vez, 64% e 54% dos tintos e brancos, respectivamente, foram comprados pelos homens.
A equidade começa a aparecer na geração Millennials, com 57% e 45% da base de clientes sendo representada por homens e por mulheres. Na mesma ordem, a proporção das garrafas compradas vai para 55% e 45%, diminuindo ainda mais a distância. Com o maior equilíbrio da base de clientes, é possível notar um balanceamento entre os tipos de vinhos comprados pelos Millennials: 52% dos espumantes, 53% dos rosés e 50% dos brancos foram comprados pelas mulheres, enquanto 57% dos tintos foram comprados pelos homens.
Na Geração Z, a base de clientes é dividida igualmente em 50% homens e mulheres, com uma pequena diferença entre os rótulos comprados – 51% das garrafas compradas foram por mulheres. Em relação à quantidade de garrafa comprada por tipo de vinho, 50% dos espumantes, 58% dos rosés, 57% dos brancos e 50% dos tintos foram adquiridos por elas.
Por estado
A quantidade de garrafas vendidas por estado também variou de geração para geração, ainda que as praças principais sejam quase sempre as mesmas. Entre os Baby Boomers, São Paulo ficou em primeiro lugar, seguido pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais , Rio Grande do Sul e Paraná. Em relação ao mesmo período em 2020, a ordem permaneceu a mesma, porém o estado com maior crescimento nas compras foi Minas Gerais, com um aumento de 24%.
Na Geração X, a sequência permanece quase a mesma, com a inversão entre Minas Gerais, que apresentou um crescimento de 24% em relação ao ano passado e ficou em segundo lugar. Entre as quatro gerações, esta é a que mais comprou no período analisado, seguida pelos Baby Boomers.
Entre os Millennials, que ficaram em terceiro lugar em termos de compras feitas, a ordem dos principais estados seguiu quase a mesma ordem da Geração X, com apenas o Paraná passando o Rio Grande do Sul e se tornando o quarto estado mais comprador. Além disso, Minas Gerais seguiu a tendência de crescimento, com um aumento de 23%.
A Geração Z, por sua vez, manteve a sequência São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul estabelecida pela Geração X, mas o quinto estado mudou bastante: a Bahia ultrapassou o Paraná e entrou na lista dos cinco maiores compradores da geração. Além disso, os percentuais de crescimento em relação ao primeiro semestre foram bastante consideráveis: São Paulo e Rio de Janeiro cresceram 10%, Rio Grande do Sul chegou a 29% e Bahia apresentou 225% de aumento nas compras.
Por tipo de vinhos
Não é de surpreender que o vinho tinto lidere a preferência em todas as gerações e regiões. Entre os Baby Boomers, a região que mais preferiu esse tipo de vinho é a Centro-Oeste, onde 87% das compras foram de tintos. Na Geração Z, o Sudeste ficou por último, com 75% – em compensação, foi o que mais comprou brancos, com 11%.
Entre os meses de janeiro a março, a venda dos brancos aumentou, enquanto no ano anterior o espumante teve uma repercussão mais positiva entre os consumidores. Sendo destaque em todas as análises, a Geração Z teve um acréscimo considerável no consumo de espumantes entre janeiro e fevereiro, com um aumento de 80% e 71%, respectivamente.
Tempranillo Sangiovese Primitivo Chardonnay
Uvas preferidas por geração
Analisando os dados de consumo, em 2021, a uva Tempranillo ocupou o primeiro lugar em todos os grupos, na sequência Malbec, Pinot Noir e, por fim, Cabernet Sauvignon. A quinta colocada variou entre as gerações – os Baby Boomers ficaram com a Primitivo, a Geração X e a Z com a Sangiovese, e os Millennials com Chardonnay.
Segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) , em 2020, o consumo de vinhos no Brasil cresceu 18,4%. Por conta da pandemia, grande parte desse aumento foi reflexo das vendas por e-commerce. No inverno, os vinhos ganham naturalmente mais espaço, portanto, esse panorama da Evino reflete bem as tendências de consumo da bebida no Brasil.