O hotel Pullman Ibirapuera recebeu o Open Day São Paulo – Me Gusta Espanha, um delicioso evento de degustação e troca de experiências de vinhos e delícias espanholas
O aumento no consumo de vinhos no Brasil tem influenciado também no paladar do brasileiro, que tem se diversificado e gerado uma maior procura por rótulos de diferentes países, como os da Espanha, um dos que mais cresceram em 2024. O país ibérico é o terceiro maior fornecedor de alimentos e bebidas europeias para o Brasil, com US$ 350 milhões exportados em 2024. As importações de A&B da Espanha aumentaram 4% em média, desde 2019, e 15% no último ano, com destaque para vinhos e produtos como azeite, frutas, preparações alimentícias, presunto e outros embutidos suínos.
De olho nesse interesse, o ICEX Espanha Exportação e Investimentos, em parceria com o Escritório Econômico e Comercial da Espanha em São Paulo, promoveram o Open Day São Paulo 2025 – “Me Gusta Espanha”, um evento exclusivo para profissionais do setor gastronômico e do vinho que reuniu produtores, importadores e distribuidores para apresentar aos convidados vinhos e produtos espanhóis de alta qualidade, organizar workshops e gerar novas conexões e ótimos negócios.
O evento aconteceu no último 31 de março no Hotel Pullman Ibirapuera. O Portal Mesa de Bar esteve presente e pode degustar excelentes rótulos, participar de uma masterclass de produtores espanhóis, degustar jamóns pata negra cortados na hora e ainda uma ótima paella preparada pela importadora La Pastina.
“O Open Day São Paulo 2025 representa uma oportunidade única para fortalecer as relações comerciais e consolidar a presença dos produtos espanhóis no Brasil”
Alberto Reguera, Chefe de Departamento Agroalimentar da Embaixada da Espanha no Brasil
Só para se ter uma ideia, o evento contou com a participação de renomados importadores, como Mistral, La Pastina, Hispania Imports, Urban Wines, TDP Wines, Castas Importadora e de excelentes marcas, como os azeites de oliva de Aires de Jaén e Almazaras de la Subbética, as tortilhas de Delibreads, os temperos de El Avión, os jamones de Monte Nevado e o turrón de Jijona de José Garrigos, entre outros. Isto sem falar dos vinhos das vinícolas Alma Carraovejas, Cherubino Valsangiacomo, Familia Fernández Rivera, Familia Martínez Zabala, Gonzalez Byass, Ostatu, Piqueras, Torre Oria e Vizar.
Os vinhos
Começamos a degustação pelos vinhos da Ostatu, produzidos pela família Sáenz, de Samaniego, na região da Rioja Alavesa, bem ao norte da Espanha, que são estrelas do Pintxos.bar, no bairro de Pinheiros, especializado na gastronomia basca. Das mãos do Max Leonardo, sócio do Pintxos, provamos o redondinho Ostatu Beaujolais 2023.
Passamos para o El Picoteo. O nome significa “petiscar” e é exatamente um vinho voltado para acompanhar as famosas tapas espanholas, leve, muito agradável, meio seco, orgânico, com vinificação feita em foudre de madeira, com leveduras selvagens que dá a ele intensidade aromática e notas de morango e cereja, além de um excelente custo/benefício. O Piqueras é feito na bodega homônima na região sudeste espanhola de Almansa de uvas verdejo, fermentado com leveduras selvagens e envelhecido por apenas dois meses em carvalho francês. Tem um frescor no paladar com ótima acidez natural.
Da mesma Bodega Piqueras, provamos o trio do El Abuelo, uma linha que homenageia o fundador da vinícola. Destaque para a versão reserva, um blend de 50% monastrell, 30% garnacha e 20% tempranillo com 12 meses em barricas americanas e francesas.
Passamos para o Rioja Bordon Crianza, um blend clássico de tempranillo e garnacha, envelhecido por 14 meses em barricas de carvalho, o que lhe confere uma complexidade e um equilíbrio entre notas de frutas vermelhas maduras, especiarias, baunilha e um amadeirado, resultando em um vinho redondo e aveludado. A curiosidade é que ele é feito na Bodega Franco-Espanholas, fundada por um empresário de Bordeaux que se estabeleceu na Rioja e aplicou na vinícola os conceitos franceses de vinificação.
Hora de um branco potente, o Secastilla Garnacha Blanca, da vinícola La Miranda em Somontano, no centro-leste da província de Huesca, na região de Aragão. Um vinho de altitude, com quatro meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês, aroma de maçã verde e flores brancas e paladar frutado e encorpado. A versão tinta, Secastilla Garnacha, também é bem agradável, um corte de garnacha (85%), syrah (12%) e parraleta (3%).
Degustamos o Dominio Fournier Crianza 2020, da vinícola O. Fournier da González Byass em Ribera del Duero. Um autêntico tempranillo D.O. com 12 meses de envelhecimento em barricas de carvalho. Um clássico. Partimos para o Ossian, da vinícola homônima. Um verdejo da região de Castilla y León, no planalto norte central da Espanha. Tem muito frescor e aromas intensos de limão e grapefruit, com notas de pêssego e damasco. Um belo verdejo!
O Torre Oria Gran Selección é um vinho tinto sofisticado, produzido pela Bodegas Torre Oria, localizada na região de Utiel-Requena, sudeste de Valência. Ele é um blend de 40% bobal, 40% cabernet sauvignon e 20% tempranillo, com 18 meses de envelhecimento em barricas de carvalho. Tem aromas marcantes de ameixa e um paladar envolvente, com notas de chocolate amargo. Um vinho encorpado e elegante. A curiosidade é que essa redinha de fios dourados que envolve a garrafa indica um vinho premium… E ele não decepciona.
A Faustino de Oyón, Rioja Alavesa, é uma das vinícolas mais famosas mundialmente. Dela degustamos o Faustino V Reserva DOC, um belo varietal de tempranillo que maturou por 24 meses em barricas de carvalho americano. Tem aroma e sabor intenso de frutas negras e especiarias, com leve amadeirado, notas de eucalipto e um final marcante. É um vinho com ótimo potencial de guarda. Também do Grupo Faustino, mas da Bodegas Portia, uma das mais famosas de Ribeira del Duero, degustamos os Portia Prima e Portia Roble. Este último é um 100% tempranillo, com três meses de envelhecimento em barrica de carvalho francês, que lhe confere aromas e sabores de amoras e frutas secas e um forte amadeirado. Um vinho encorpado, seco e equilibrado. Já o Portia Prima é também um varietal tempranillo que envelhece por 15 meses em barrica de carvalho francês. O resultado é um vinho de aroma e sabores intensos de amora, mirtilo e do tostado amadeirado da barrica.
Passamos para o Bobal de Sanjuan, da vinícola Valsangiacomo. Ele é um 100% da uva bobal de vinhas velhas, com 60 a 80 anos de idade, cultivada quase que exclusivamente nas regiões de Utiel-Requena e Manchuela. Uma pequena parcela dele estagia por oito meses de 8 meses em carvalho francês e o restante em tanques de concreto. O resultado confere a ele aromas e sabores frutados, com uma picância e notas de alcaçuz. Um vinho seco, porém, muito agradável e de personalidade.
Na sequência provamos o Campillo Gran Reserva, da região de La Rioja, elaborado com as uvas tempranillo (90%) e graciano (10%). Ele estagia por 40 meses em barricas de carvalho francês e americano e ainda fica mais 48 meses em garrafa. O resultado é um vinho complexo, com aromas e sabores de amoras, nozes, avelãs, baunilha e tabaco, além de um forte amadeirado. Da mesma Campillo provamos o Crianza, 100% tempranillo, de aromas e sabores de frutas vermelhas maduras, chocolate e ameixa, com notas picantes e tostadas do barril, e um final encorpado e persistente.
Não poderíamos deixar de enfatizar também as ótimas opções em azeites e os famosos jamons pata nera expostos e servidos do jeito tradicional, cortados em tiras na hora pelo pessoal da Monte Nevado – Empório Pata Negra e da Montanera. Esta última em parceria com a Hispania Importadora e as “belas patas” da Beher. Um prazer indescritível! Parabéns a todos os envolvidos nesse belo evento. Viva a Espanha!
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