A ProWine São Paulo 2024 comprovou a força do evento na apresentação de produtos, realização de negócios e muito networking
A ProWine São Paulo encerrou sua quinta edição com números impressionantes e que atestam a força do evento. O pavilhão verde do Expo Center Norte recebeu mais de 15 mil visitantes ao longo de três dias de exposição, de 1 a 3 de outubro, com estandes que exibiram rótulos de 1.402 marcas de 34 países.
Certamente, a ProWine São Paulo se tornou a principal feira de negócios do vinho no Brasil, uma vez que 20% do mercado do vinho no país está na capital paulista e 40% em torno da região. A feira, totalmente voltada ao público B2B, criou, portanto, um ambiente propício para negócios e networking, promovendo oportunidades para marcas apresentarem seus produtos, lançarem novidades e fecharem parcerias estratégicas.
O Portal Mesa de Bar esteve na feira e conta aqui um pouco do que viu e degustou por lá. A começar pelo tamanho do evento que já era gigante e cresceu ainda mais, ocupando uma área 30% maior do que em 2023, o que mostra o bom momento do setor no país. Um acerto foi a renovação da parceria com a Águas Prata que foi fundamental para hidratar gratuitamente os visitantes. E também para a chegada da Luzz Cacau, marca baiana que também ofereceu gratuitamente seus chocolates premiados adoçar a visitação.
Outra novidade desta edição foi a criação do ProSpirits, ou seja, de estandes dedicados a destilados, ainda que tímidos, mas que sinalizam que este nicho pode crescer mais nas próximas edições. Uma prova disso foi a presença da BEG Gin, que tem no portfólio o gin considerado o melhor do Brasil e outros ótimos produtos, como o Negroni ready to drink e os recém-lançados gin e vodka da linha Hype, especialmente voltada para a coquetelaria básica. Outro gin presente foi o NIB, que está em amplo crescimento no mercado com a sua excelente versão com pera e mais duas outras que ganharam até garrafas novas. Na feira eles aproveitaram para lançar um bitter que já chegou atraindo as atenções.
Outra boa surpresa foi o estande com os piscos chilenos. Provamos o Gran Pisco Profeta, produzido no Valle de Limarí (D.O) e envelhecido em barricas de carvalho francês por um ano – medalha de prata no último London Spirits Competition – que estava simplesmente estupendo. O produtor estava na feira buscando um parceiro no Brasil… esperamos que ele tenha tido êxito. E, claro, que o nosso destilado símbolo, a cachaça, se fez presente também. Degustamos a envelhecida em barris de madeira de canela sassafrás da destilaria Rech que estava excelente. E ainda ficamos encantados com as “esculturas de cachaça” em forma de violino e de guitarra que a marca oferece que podem abrilhantar a decoração de qualquer bar. E ainda deu tempo para provar o Licor Choya Single Year, à base de ameixa japonesa muito elegante e perfumada, ótima para ser saboreada pura com gelo ou misturada em coquetéis.
Outro importante espaço que cresceu no evento foi o ProWine Forum, dividido em salas dedicadas à master classes e degustações guiadas. Uma plataforma para especialistas e marcas expositoras compartilharem suas expertises, lançamentos e tendências para um público qualificado. Entre os temas debatidos estavam o mercado de vinhos; a diversidade do vinho argentino; estratégias para acelerar as vendas de vinho no final do ano; presente e futuro de um sommelier de vinho; o saquê como bebida global; o melhor gin do mundo é brasileiro; combate ao mercado ilegal; comunicação na enologia, o “Imposto do Pecado”, entre outros.
Degustando vinhos
O forte da feira são mesmo os estandes de vinho, onde foi possível conhecer, degustar e conversar diretamente com quem faz e com quem comercializa. Nosso foco na visita foram os lançamentos, mas também reservamos tempo para revisitar rótulos e fazer novas descobertas.
Começamos pelo estande da Vinícola Aurora que trouxe para a feira cinco novos produtos. A versão rosé do espumante Aurora Extra Brut Denominação de Origem (D.O.) Altos de Pinto Bandeira, agradou. Os dois novos rótulos da linha Varietal, os brancos Viognier e Malvasia Aromática, também. Mas ficamos devendo impressões das duas opções de bebidas não alcoólicas: Aurora Zero Álcool Cabernet Sauvignon/Merlot e Aurora Zero Álcool Riesling Itálico.
E ainda provamos três pérolas da vinícola: o Pequenas Partilhas Notáveis da América Cabernet Franc, o Saperavi feito dessa uva georgiana, com um ano de envelhecimento em barricas de carvalho americano, e o espetacular espumante natural Altos de Pinto Bandeira Extra Brut envelhecido por 24 meses que não está ainda à venda. Coisas que só acontecem em feiras…
Realmente, está acontecendo um aumento do consumo de espumantes no Brasil. De acordo com a Ideal BI, o mercado de espumantes no Brasil tem ampliado ano a ano, atingindo seu recorde histórico em 2023, com 36,5 milhões de litros.
“Estamos fazendo uma série de investimentos para ampliar ainda mais a nossa linha de espumantes. Já tivemos um crescimento de 10% nas vendas em 2023, percentual que deve se repetir neste ano. Quanto ao foco na linha com Denominação de Origem Altos de Pinto Bandeira é fundamental para mostrarmos a tipicidade dos produtos, um caminho que ainda precisa ser trilhado junto ao consumidor brasileiro”
Rodrigo Valerio, diretor de Marketing e Vendas da Cooperativa Vinícola Aurora
Passamos para o estande da Grand Cru para uma rodada de degustações. Começamos provamos da vinícola gaúcha Vaccaro, de Garibaldi, seu espumante 100% Chardonnay, leve, refrescante, floral e ao mesmo tempo cremoso, com passagem de três meses em barricas de carvalho francês. E também o Vindima 70, que comemorou os 70 anos da vinícola. Trata-se de um blend de 25% merlot, 20% ancellotta, 20% cabernet sauvignon, 15% cabernet franc, 15% tannat e 15% sangiovese de vinhedos próprios. Estagiou por 12 meses em barricas de carvalho americano e francês de primeiro e segundo uso e depois repousou 12 meses em caves. O resultado excepcional deu ao mercado um vinho maduro, intenso e equilibrado e mostrou ainda a excelência da vinícola e de seu terroir.
Passamos para o Zuccardi Mountain Chardonnay que é um belo exemplo de excelência dessa vinícola nas encostas das montanhas de Mendoza na Argentina. Um ótimo vinho branco. Outro branco excelente é o Bramare Chardonnay da vinícola Cobos do Valle de Uco, também da região de Mendoza. E para fechar os brancos Chardonnay, degustamos o Felino, também da Cobos, mas com passagem de quatro meses em barricas de carvalho.
Vinhas do Convento é o nome de vários vinhos portugueses da região do Alentejo, provamos um ótimo Reserva feito pela Adega de Redondo, uma cooperativa que congrega cerca de 200 produtores. Passamos para o Sessantina Primitivo da vinícola San Marzano, da região de Puglia no Sul da Itália. Um vinho tinto rubi aveludado e encorpado. Outra preciosidade foi o Pulenta XI Gran Cabernet Franc 2020, mais um argentino de Mendoza, com 18 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês. Um vinhaço que agrada em cheio os amantes dessa casta.
Passamos para o Chile degustando rótulos da vinícola Siegel do Valle Colchagua. Começamos bem com o Reserva Especial, um típico 100% carménère chileno que estava redondinho… Depois para o Los Lingues Carignan Terroir de Los Andes Single Block 38 de 2022, com amadurecimento de oito meses em barricas de carvalho francês. Belo vinho! E finalizamos com o Naranjo Viognier, oferecido diretamente das mãos do produtor, um vinho laranja inovador, que passa 12 meses em barricas de carvalho francês de quinto uso para entregar um leve amadeirado e um sabor frutado e refrescante.
Passamos para Portugal para degustarmos vinhos da vinícola Colinas de São Lourenço, da região da Bairrada. Provamos o Principal Grande Reserva Branco 2016, um blend de chardonnay e sauvignon blanc, com fermentação e estágio em barricas de carvalho, que ficou excelente, bem sofisticado. Da mesma linha provamos o Tête de Cuvée Pinot Noir 2020, um ótimo rosé varietal que estava cremoso, vibrante e bem refrescante. Provamos também o Calcario3, um blend de cabernet sauvignon, merlot e touriga nacional que estava equilibrado, de corpo médio, fácil de beber.
Mudamos para os portugueses da vinícola Quinta do Ameal no Esporão. Começamos com o Bico Amarelo, um representante típico da região dos vinhos verdes, resultado de um blend das três principais uvas: loureiro, alvarinho e avesso, que resultam em um vinho leve e fresco, com notas cítricas e florais. Da mesma vinícola provamos o vinho branco Loureiro Reserva, um vinho varietal complexo e com personalidade. E finalizamos com três preciosidades. O Solo Único, que, como o nome diz, é feito de uma parcela selecionada de loureiro. O Esporão Reserva 2019, que amadurece por 12 meses em barricas de carvalho francês. E finalizamos com o Terra Chã Tinto, um vinho da Casal do Conde da região portuguesa do Tejo. Um blend de castelão, touriga nacional e tinta roriz, bem encorpado e macio. Todos são vinhos incríveis que exprimem a excelência de cada vinícola.
Voltamos ao Chile para provarmos o Tenaz Cinsault da Héroes del Vino, uma cooperativa de pequenos viticultores do Vale do Itata, guardiões de vinhedos ancestrais. Um vinho intenso e rústico, mas bem refrescante. Outra preciosidade é o Millapoa da Miguel Torres feito de uva país de vinhedos centenários do Vale do Bío Bío. Ainda bem que o Chile está resgatando essas uvas que tem o seu valor e mostram essa outra face da produção do país.
Pausa para uma sessão de brancos franceses para elevar o espírito. Provamos o Chante Alouette Hermitage Blanc elaborado pela vinícola Chapoutier do Vale do Rhône. Ele é um varietal de marsenne elaborado com uvas de três vinhedos biodinâmicos distintos, sendo que 70% dele estagia em barricas de carvalho para conferir equilibro, corpo e intensidade. Também da Chapoutier provamos o Invitare Condrieu, com 15% de passagem por barricas de carvalho. Um vinho encorpado, frutado e aromático. E finalizamos com dois vinhos da Gérard Bertrand, da região de Languedoc-Roussillon. O Cigalus Blanc passa sete meses descansando em barricas de carvalho. Um vinho elegante, cítrico, sedoso… O Orange Gold presta homenagem aos vinhos laranjas da Geórgia, mas com um novo perfil, mais fresco e delicado. Belos vinhos!!!
Outras experiências incríveis rolaram no estande da World Wine. O Brunello di Montalcino “Poggio Alle Mura” DOCG da Castello Banfi dispensa comentários. Elegante, complexo encorpado, tudo de bom! O Il Dolce Far Niente Petnat Chenin Blanc, um espumante natural da Sacramentos Vinifer, da Serra Gaúcha, muito interessante, refrescante, cítrico, com alta acidez e bem fresco. Boa surpresa.
Lá também fizemos um passeio pelos rótulos da vinícola chilena Odfjell, do Valle de San Antonio, que só produz vinhos orgânicos e biodinâmicos. O Capitulo White Blend traz no rótulo a figura do polvo Sea Kraken, ser mitológico que gostava de naufragar embarcações. É um blend de chardonnay e sauvignon blanc frutado, bem refrescante, com um leve amadeirado. E da mesma vinícola experimentamos o Orzada 100% Chardonnay com estágio de um ano em barricas de carvalho (20% em acácia, 40% francês usado) e 40% em esferas de concreto. Uma combinação que deu a ele muita personalidade, complexidade e um frutado amadeirado com notas de baunilha. E também o Elusiva, um blend de carignan, cabernet sauvignon, syrah, carménère e tannat produzido no do Valle del Maule amadurecido por 18 meses (85% em barricas carvalho e 15% em concreto) que dão a ele o perfil clássico de frutas vermelhas com um amadeirado e notas de especiarias.
Outro que é um blend de diversos vinhedos de pinot noir, é o Rugientes 45o, da vinícola Otronia da Patagônia argentina. O nome é inspirado no som dos ventos na região, semelhante a um rugido… Um vinho fermentado em tanques de concreto, equilibrado e com um sabor intenso de frutas vermelhas frescas.
Falando em frescor, provamos mais dois vinhos laranjas. Notem que muitas vinícolas estão produzindo rótulos desses vinhos de olho no interesse pela “novidade”. O Field Blend Orange, da vinícola uruguaia Garzón, é um blend de riesling, verdejo, vermentino, petit manseng e alvarinho. É bem cremoso, fresco, com uma alta acidez, aromas florais e notas de mel. Já o Arrogant Frog Orange da vinícola Domaine Paul Mas é um blend de grenache blanc, grenache gris e macabe da região de Languedoc, no sul da França. É um vinho com toques de frutas cítricas frescas, especiarias e uma mineralidade, graças a proximidade com a costa marítima da região de Limoux. E o rótulo com um sapo francês dentro da taça é bem espirituoso… Degustamos também da mesma vinícola o Chateau Paul Mas, um blend de 85% de syrah, 10% de grenache noir e 5% de mourvèdre de vinhedos de Montagnac, no Vale de Hérault, uma área exclusiva para a produção de vinhos AOP Languedoc, com nove meses de maturação em barricas de carvalho francês e americano. Belo vinho!
Impossível não resistir à piada do Arboleda, nome do jogador equatoriano do São Paulo e do vinho da vinícola chilena Brisa do Valle del Aconcagua. O vinho é intenso, com sabor forte de frutas vermelhas e notas de chocolate e baunilha. Golaço!
Passamos na Decanter e demos de cara com um ótimo vinho da Espanha, o Cair, um tempranillo 95% e 5% merlot top da Luis Cañas, de Ribera del Duero, com 14 meses em barricas, 60% carvalho francês, 40% carvalho americano, e seis meses em garrafa. Um vinho encorpado e pronto para agradar.
Das mãos do simpático Jorge Granate, produtor da vinícola portuguesa Rosa Santos, provamos o Implicit, um blend de 50% arinto, 30% antão vaz e 20% alvarinho bem frutado, com notas florais e perfil mineral. Um branco incrível! E para zoar no bom sentido eles criaram o Explicit, um blend de syrah, alicante bouschet, touriga nacional e aragonês com 18 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês. Um vinho intenso, encorpado e considerado um dos melhores e mais representativos tintos alentejanos.
Passamos para o Brasil, mais precisamente para Altos Montes, na Serra Gaúcha, onde fica a vinícola Viapiana de onde experimentamos o Via 1986 Chardonnay, um vinho que amadureceu por 12 meses em barricas de carvalho, cremoso, refrescante e fácil de beber. E o excelente Via 1986 Cabernet Franc, um vinho da Linha Gran Premium, com Indicação de Procedência e garrafas numeradas que garantem a qualidade e a assinatura da vinícola. Passou 15 meses amadurecendo em barricas de carvalho francês que dão a ele aroma e sabor de frutas negras, especiarias com um leve amadeirado e notas de chocolate.
Outro representante da Serra Gaúcha que experimentamos foi o Perfetto, um 100% alicante bouschet da vinícola Torcello. Ele é elaborado com uvas selecionadas e com um amadurecimento de 12 meses em barricas de carvalho americano, resultando em um vinho intenso, complexo e equilibrado, com aroma e sabor de frutas vermelhas maduras e notas de chocolate, caramelo e tabaco. Um vinho de produção limitada a apenas 2.000 garrafas numeradas, que visa fazer jus ao nome.
No estande da Salton experimentamos lançamentos. Das mãos da própria Luciana Salton provamos o Salton Ouro Prosecco, um espumante cítrico, leve, delicado, com uma cremosidade suave e refrescante. O Salton Poética Blanc de Blancs, um espumante demi-sec, de alta leveza e delicadeza, com um leve dulçor em uma bela e elegante garrafa.
E também provamos o primeiro vinho da Salton que leva o selo de Indicação de Procedência (IP) Campanha Gaúcha. O Salton IP Campanha Gaúcha Cabernet Sauvignon é um vinho da safra de 2022 elaborado com uvas provenientes de um único terroir – o Vinhedo da Lebre – localizado na Azienda Domenico, em Santana do Livramento, onde a vinícola possui seus vinhedos próprios. Além disso, amadurece por nove meses em barricas de carvalho francês e americano. Um belíssimo vinho! E para finalizar provamos o Salton Domenico Campanha Tannat, também produzido na Campanha Gaúcha exclusivamente com a uva tannat, que se adaptou muito bem à região que faz fronteira com o Uruguai onde a uva reina absoluta. Ele tem uma coloração rubi e aromas e sabores intensos de frutas vermelhas, como amora, mirtilo, cereja e morango, em ótimo equilíbrio.
De lá seguimos para uma viagem pela viticultura gaúcha onde degustamos o Miolo Single Gewurztraminer das mãos do próprio Adriano Miolo no estande da marca. Ele traz o perfume floral e aquele toque de especiarias característico dessa uva. Aqui, entretanto, ele absorve as características do terroir do Vale dos Vinhedos, deixando-o um pouco mais seco e menos adocicado que outros rótulos. Ponto para ele! Na sequência visitamos o estande da Vinícola Campestre, de Campos de Cima da Serra, de Vacaria, para conferir o lançamento do Zanotto Troppo Maturo. Um vinho bem diferente, resultado da desidratação de uvas (40% merlot e 60% tannat) da icônica safra de 2020. Daí ele ficou encorpado, forte, alcóolico (16%) com sabor de frutas vermelhas maduras, com um toque de especiarias e um amadeirado, visto que ele maturou por incríveis 36 meses em barricas de carvalho americano Seguin Moreau e depois ficou 12 meses em garrafa nas caves subterrâneas antes de vir para o mercado.
Cruzamos a fronteira para o Uruguai para provar o Baccobosca Ombú Reserve elaborado com a tannat, uva emblemática uruguaia e ainda por cima da icônica safra 2020, e amadureceu por nove meses em barricas de carvalho americano para agregar mais corpo, estrutura e complexidade. Um vinho intenso e marcante! Da mesma vinícola provamos o Braccobosca Gran Reserve Ombú Cabernet Franc, que é uma linha premium, de produção limitada, com apenas 900 garrafas por ano. Eleito por cinco anos consecutivos o melhor Cabernet Franc do Uruguai e, em 2024, foi considerado o melhor Cabernet Franc das Américas e sério candidato a ser um dos melhores do mundo. Precisa dizer mais?
Outro vinho fora da curva que provamos foi o Tarapacá Gran Reserva 150 Anos. Este blend (68% cabernet sauvignon, 30% syrah e 2% cabernet franc) e 14 meses de amadurecimento em barricas de carvalho foi criado para comemorar os 150 anos de excelência da chilena Viña Tarapacá. Um vinho de qualidade excepcional, intenso e complexo, com aromas e sabores de frutas vermelhas e negras e especiarias.
Continuando com vinhos diferenciados passamos para o argentino Dona Paula 1290, produzido na região de Gualtallary, a 1290 metros acima do nível do mar no Vale do Uco em Mendoza. Ele é um blend de uvas brancas, com uma cor amarelo-esverdeada e características típicas do riesling combinado a aromas intensos de frutas cítricas do chardonnay e o frescor herbal do sauvignon blanc. É envelhecido por 10 meses em barricas de carvalho francês de 2º e 3º uso. Um vinho fresco, fácil de beber.
Guinada para a Espanha para degustarmos os vinhos produzidos pela Vinícola Protos da região de Ribera del Duero. O Protos Crianza é elaborado com uvas tempranillo que entrega a tradicional combinação de frutas vermelhas, frutas negras e especiarias e amadurecimento em barricas de carvalho durante 12 meses e repouso em garrafa por outros 12 meses. Um vinho encorpado, firme que acompanha bem um bom churrasco. O Protos Roble também é feito 100% de tempranillo, só que amadureceu por seis meses em barricas de carvalho e outros seis meses em repouso na garrafa. E o Protos Reserva 5° Ano 2018 difere apenas porque passou 18 meses maturando em barricas novas de carvalho francês (50%) e americano (50%). E finalizamos com o Primitivo, lançamento da Freixenet, que é espanhola, mas lançou esse vinho italiano produzido na Manduria na região da Puglia, ao sul do país. Um vinho com aroma e sabor intenso de frutas negras maduras, vibrante, sem passagem por barricas.
No estande da Moët Hennessy havia um pouco de tudo. Começamos provando os vinhos da Terrazas de Los Andes, um rosé, um sauvignon blanc e um chardonnay reserva. Todos muito leves, refrescantes e fáceis de beber. E nos deliciamos com o Reserva Malbec que combina uvas de montanha de vinhedos no Vale do Uco com uvas dos terroirs mais altos de Las Compuertas em Luján de Cuyo. O resultado ficou excelente! Experimentamos também o Latitud 33 Malbec, um vinho produzido pela Chandon Argentina em Mendoza, com corpo médio/alto e sabor intenso de frutas vermelhas típica da casta com o toque amadeirado de três meses de estágio em barricas de carvalho francês e americano. Ficamos tentados a degustar os ótimos espumantes e whiskies da Glenmorangie, mas optamos por encerrar a visita ao estande provando o estupendo tradicional cognac Hennessy…
Vamos para a Itália?
Começamos a viagem pelo Bevo Bianco, um blend de chardonnay com viognier, da vinícola Arillo DOC de Maremma na Toscana. Além desse ótimo branco, degustamos da mesma vinícola o Sacello, o Croce e o Terrabianca, três chiantis clássicos que você pode escolher qualquer um que vai adorar! Sem sair do portfólio da vinícola provamos o Campaccio e o Campaccio Collezione. Ah… a Toscana… Neste mesmo estande enlouquecedor da Ganesh provamos o La Corte Del Pozzo – Amarone Della Valpolicella da vinícola Fasoli Gino, da região de Verona, e fechamos com chave de ouro com um Chablis francês produzido pela Domaine Chevalier em Bourgone. Grazie mille, merci, obrigado…
Paramos no estande da Wine Brands e fomos recebidos com o vinho Frescobaldi Ammiraglia Alie Rose elegante e seco feito de syrah e vermentino, bem refrescante. E degustamos na sequência um time de respeito da Frescobaldi. Detalhe: todos da Toscana… Começamos com o Remole Rosso Toscana IGT, um cabernet sauvignon bem encorpado, depois o Rosso di Montalcino DOC Campo ai Sassi, um típico sangiovese, e finalizamos com três chiantis. O Tenuta Perano é um blend de 90% sangiovese e 10% merlot, com estágio de 24 meses de parte do vinho em barris de carvalho francês. Um Chianti Classico Riserva! O Castiglioni Chianti tem o mesmo blend sem envelhecimento e o Nipozzano Rufina é outro Chianti Classico Riserva. Um vinho emblemático do histórico Castello Nipozzano, a poucos quilômetros a nordeste de Florença que representa muito bem o melhor dos vinhos da Toscana.
No mesmo estande provamos o Verdejo da vinícola espanhola Real Compañai de Vinos. A verdejo é uma uva que produz vinhos frescos e frutados, com notas herbáceas e cítricas. Uma boa opção para um dia de calor. Passamos para o ótimo Viña Muriel Reserva, da região icônica de La Rioja. Um 100% tempranillo com 18 meses de amadurecimento em barricas de carvalho americano e francês. Da mesma Muriel provamos o Crianza, envelhecido 12 meses em barricas de carvalho americano e francês, sendo 30% novas, mais 12 meses na garrafa. E finalizamos a degustação da Muriel com o Fincas de la Villa Gran Reserva, um tempranillo com estágio de 30 meses em barricas de carvalho francês e americano e mais três anos em garrafa. Espetacular!
Ainda na Wine Brands degustamos o Domaine Normand Sylvaine & Alain Mâcon Villages La Roche Vineuse, um 100% chardonnay produzido na região francesa de Maconnais. Um vinho frutado, cremoso e refrescante. Também da Domaine provamos o Bourgogne Pinot Noir, um vinho frutado, macio, aveludado… Très bien!
No estande da Cantu provamos o espumante brut brasileiro Maraví Branco Brut Seleção produzido no Vale do São Francisco pela vinícola Entre Dois Mundos. Ele tem leveza e lembra pêssego. Uma boa surpresa. E fomos conferir a chegada do champagne francês da Lanson no portfólio da importadora provando o Le Black Création 258, um blend de chardonnay, pinot noir e pinot meunier que entrega sabores de frutas como tangerina, limão e toranja com uma grande sensação de frescor. Gustavo Peroni do marketing nos apresentou um o tinto francês Albert Bichot Mercurey, um pinot noir clássico da Borgonha maturado por 16 meses em barricas de carvalho. Muito elegante.
Também havia no estande rótulos da vinícola espanhola Ramon Bilbao, de Rioja, que atualmente pertence à Zamora, um dos maiores grupos de bebidas da Espanha e produtor do famoso Licor 43. O Crianza foi feito com tempranillo com 14 meses de estágio em barricas de carvalho americano. Um vinho intenso, amadeirado, vibrante. O Reserva é um blend de 90% tempranillo e 10% mazuelo y graciano, envelhecido em carvalho americano por 20 meses, seguido por mais 20 meses na garrafa. Um vinho equilibrado, com notas de café e cereja, e um final longo e elegante. O Vinhedos de Altura é um blend de tempranillo e garnacha, com estagio de 15 meses em barricas de carvalho. Um vinho com notas frutadas, encorpado, aveludado, bem agradável. Já o Edição Limitada 2020 é um 100% tempranillo com 14 meses maturando em barricas de carvalho francês, que dá a ele o amadeirado e elegantes notas de cedro e especiarias.
A Prowine também abre espaço para exposições coletivas de países e de cooperativas ou associações, como foi o caso do estande da Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos), da Serra Gaúcha. O estande expôs 70 rótulos de nove vinícolas da primeira região brasileira a obter a Denominação de Origem (DO). Mas a estrela foi a apresentação oficial do primeiro vinho coletivo que eles produziram para celebrar, o 10 Lotes D.O.V.V. Ele é um varietal de merlot, casta emblemática do Vale, que reuniu frações de vinhos de 10 vinícolas – Ales Victoria, Almaúnica, Casa Valduga, Dom Cândido, Don Laurindo, Miolo, Peculiare, Pizzato, Terragnolo e Larentis – das ótimas safras de 2020, 2021 e 2022. Foram feitas apenas três mil garrafas. O próprio Sandro Valduga, um dos participantes, nos serviu esse vinho de coloração vermelho rubi intensa, com aromas e sabores de frutas negras e toques de especiarias, muito macio e elegante, com ótimo potencial de guarda. Um vinhaço que exprime a evolução da excelência da produção nacional.
Por falar em Casa Valduga, provamos o seu mais recente lançamento: o Casa Valduga Gran Raízes 2020, um blend de merlot, cabernet sauvignon, tannat e marselan que celebra 150 anos da vitivinícola. Um vinho nobre que destaca o potencial dos terroirs brasileiros do Vale dos Vinhedos, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha. Sua vinificação envolve uma colheita tardia e 20 meses de maturação em barricas de carvalho francês, com mais 18 meses de evolução em cave, resultando em um rótulo de coloração rubi profunda, com taninos maduros e corpo pleno. Um ótimo tinto seco, de grande complexidade e potência.
No estande da RAR provamos um lançamento ousado. O Sidre é uma sidra premium no estilo francês elaborada exclusivamente com mosto 100% de maçãs provenientes das variedades Cripps Pink e Granny Smith cultivadas nos pomares da RAR (o maior produtor nacional da fruta) nos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, na divisa com Santa Catarina, em duas versões: Dry e Doce. A produção inicial será de apenas três mil unidades de cada. Provamos a Sidre Dry, uma bebida interessante, frisante, frutada, refrescante e seca.
Por falar em maçã, provamos da Garbo – um projeto de vinhos diferenciados elaborados por um grupo de três enólogos amigos de Bento Gonçalves – o Pecado, uma bebida mista de maçã fuji e gala com chardonnay… Bem interessante! Coisas que você só descobre em feiras. Aliás, fizemos duas outras duas ótimas descobertas de espumantes do Rio Grande do Sul. O primeiro foi o Mayos Brut Champenoise da vinícola Basso, de Farroupilha. Complexo, frutado e refrescante. O segundo foi o Courmayeur Brut produzido por esta vinícola de Garibaldi. Elaborado a partir de uvas chardonnay e pinot noir, ele tem um perlage fino, um sabor intenso e persistente. Ambos refletem a excelência e a maturidade dos produtores do Sul do Brasil na elaboração de espumantes de qualidade inquestionável.
No estande da Casa Flora provamos o Tributo Gran Reserva Mezcla Tinta 2021. A vinícola Caliterra é uma joint-venture entre a família Mondavi, dos Estados Unidos, e a Viña Errázuriz, do Chile. Este vinho é um blend de várias uvas do Valle de Colchagua. A lista é enorme: 28% malbec, 27% cabernet sauvignon, 17% Syrah, 10% garnacha, 9% cabernet franc e 9% petit verdot. Loucura! Mas o resultado busca mostrar o grande potencial alcançado pela mistura de variedades tintas para destacar um caráter individual. Ele tem uma cor rubi, corpo médio e aromas e sabores frutas vermelhas com notas de pimenta, alecrim e estragão. Um vinho aveludado, de bela acidez que lhe confere grande vivacidade. Provamos lá também o Santa Carolina Reserva Bold Blend que estava excelente!
No estande da Casa Perini, gaúcha de Farroupilha, provamos o lançamento do Dona Carmo Blanc de Noir Brut, um ótimo espumante feito de uvas 100% pinot noir da ótima safra 2019 pelo método champenoise e ainda por cima ficou 60 meses em caves, o que deu a ele complexidade e elegância. Afinal, ele homenageia Maria do Carmo Onzi Perini, sócia administradora da vinícola. A garrafa é adornada com 57 cristais Swarovski, o que reflete a elegância de Maria do Carmo e sua importância para a Casa Perini. Além disso, a tampa de metal sobre a rolha possui um pingente destacável contendo um cristal Swarovski para que ele possa ser utilizado como joia junto a uma corrente de prata 925 que vem junto a embalagem do espumante. “Très chic!”, diria o chef Érick Jacquin que também teve um espumante feito pela vinícola em sua homenagem que provamos no estande. Ele é um Chardonnay Brut que segue o método charmat de aroma e sabores intensos de frutas amarelas e pera, com um amendoado, bem cremoso no final. Finalizamos a visita com um Casa Perini Fração Única Cabernet Franc um excepcional representante dessa uva, da vinícola e da ótima produção gaúcha.
Terminamos nossas impressões. É claro que haviam muitos outros rótulos interessantes na feira, mas é impossível provar tudo. Desculpe-nos se falhamos ou faltamos com algo. A Prowine é realmente uma loucura para quem produz, trabalha, comercializa ou simplesmente ama o universo dos vinhos. A edição deste ano estava absurdamente grande e realmente incrível… Para 2025, o evento já tem data: de 30 de setembro a 2 de outubro, também no Expo Center Norte. Salve na agenda… e nos vemos lá! Mais informações no site: https://prowinesaopaulo.com/