SOFTDRINKS TECH REVELA A EVOLUÇÃO DO MERCADO

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A Softdrinks Tech e a Conakom 2024 atraem 1200 participantes e revelam inovações e evoluções no mercado de bebidas não alcóolicas

O Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, foi palco de dois eventos simultâneos e gratuitos que se tornaram referência para a indústria de bebidas não alcóolicas: a Softdrinks Tech 2024 e a Conakom 2024, uma realização da Trioxp Feiras e Eventos. Com um público de aproximadamente 1.200 participantes, ambos os eventos se consolidaram como importantes espaços de inovação e troca de conhecimentos no setor, atraindo expositores, palestrantes e visitantes do Brasil e de países da América Latina.

A Softdrinks Tech, em sua terceira edição, foi marcada pela apresentação de novas tecnologias e soluções voltadas para a produção de bebidas não alcóolicas. Empresas de diversos segmentos aproveitaram a oportunidade para mostrar seus produtos e serviços, com destaque o uso de ingredientes naturais e processos produtivos sustentáveis.

Além dos estandes, a organização preparou dois espaços interessantes. Um era o da 3ª Oficina de Drinks Não Alcoólicos, no qual um bartender ensinava o público a preparar receitas de coquetéis não alcóolicos. No outro foi um espaço para palestras de especialistas do setor, que tocaram em assuntos relevantes como práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) que envolvem responsabilidade socioambiental.

Em outro espaço dedicado aconteceu a Conakom 2024, maior evento dedicado à kombucha na América Latina, que reuniu palestrantes e mais de 400 produtores da bebida fermentada, oferecendo troca de experiências e fortalecimento de negócios.

Sabores Regionais

O Portal Mesa de Bar esteve presente ao evento e pode constatar uma forte tendência de valorização dos sabores regionais. Refrigerantes de marcas pouco conhecidas nacionalmente, e até pelos paulistanos, surpreenderam com produtos de excelente qualidade. Foi o caso da São Geraldo, Conquista e Maçã Ouro.

O refrigerante de caju São Geraldo, produzido desde a década de 1960 na cidade de Juazeiro do Norte (CE), é um ícone e campeão de vendas no Nordeste. Os refrigerantes da Conquista, feitos desde 1958, em Palmital, e o Maçã Ouro, desde 1946, em Franca, tem trajetória parecida de sucesso no interior paulista. Entretanto, poucos os conhecem fora de seus domínios e estavam em busca de possíveis investidores para reverter essa situação, especialmente visando o mercado da capital paulista. 

Provamos todos eles e, realmente, são surpreendentes no sabor, principalmente pela adição de um percentual de frutas e ingredientes naturais. E todos também demostraram estar atentos às demandas do mercado, oferecendo diferentes volumes de embalagens, inclusive em lata.

Outra surpresa do setor de refrigerantes foi o “retorno” do Gini. O refrigerante foi criado em 1971 pela Perrier e foi adquirido pela Schweppes em 1989, e passou a ser fabricado no Brasil pela NewAge Bebidas na cidade de Leme, interior de São Paulo. Mas andava meio sumido do mercado, até que apareceu na feira com tudo, em vários tamanhos e até com versão zero açúcar. Agora a marca é produzida pela Bellpar, em Conchas (SP), com distribuição própria da Refrigerantes Gini em Sorocaba (SP). Os mais “antigos” gostaram do retorno do Gini que traz de volta aquele “gostinho de infância”.

Os saudosistas também se lembram do Grapette, um refrigerante de sabor de uva inventado pelo norte-americano Benjamin Tyndle Fooks, em 1930, que chegou ao Brasil em 1948 para arrebatar corações. Quem não se lembra do o slogan: “Quem bebe Grapette repete“. Enfim, atualmente a Saborama é a detentora da marca, mas não fabrica ou distribui o refrigerante. Quem o produz é a Vendranelli, indústria de mais de 50 anos de Birigui (SP). Eles estavam na feira promovendo também seu portfólio com cerca de 30 produtos, sendo oito marcas de refrigerantes e, fora o Grapette, o mais conhecido é o Guaraná Paulistinha. Ou seja: mais uma indústria do interior buscando negócios na capital.

Na feira havia também excelentes sucos 100% naturais, sem açúcar e aditivos químicos, da Tial, de Visconde do Rio Branco (MG), com sete sabores em embalagens tetra-pack de 1 litro ou de 330 ml. Provamos o de goiaba e o de pêssego que estavam incríveis! Também era possível encontrar kombuchas e bebidas à base de erva-mate. Aliás, o pessoal da Inovamate, de Ilópolis (RS), está acostumado com o mate na cuia, mas o que a empresa mostrou na feira é que existe uma quantidade enorme de tipos de ervas, ervas aromatizadas e, claro, a erva tostada para fazer o tradicional mate gelado.

Equipamentos e insumos

Outro destaque do evento foram os fabricantes de máquinas, equipamentos e insumos que atraíram a atenção dos participantes com seus produtos inovadores e de alta qualidade.

A My Ozone, de Jaguariúna (SP), comercializa geradores de ozônio inteligentes voltados para as indústrias. O ozônio é um excelente sanitizante, um “matador” de micro-organismos, produtos químicos e toxinas, inclusive agrotóxicos, que pode ser excelente, por exemplo, para tratamento de água para uma indústria de alimentos e bebidas. Uma solução muito eficiente e de baixo custo.

Outros insumos para a indústria de alimentos e bebidas oferecidos pela IFB – Infinita Flavours Brasil, de Ibiporã (PR) são aromas e sabores que são idênticos aos seus pares naturais. Tem gente que não percebe, mas a batata frita com toque de churrasco é uma das aplicações do produto. Tem até aroma de caipirinha!

Voltando aos corredores, a HDAT Sistemas Inteligentes, de Contagem (MG), trouxe máquinas que sanitizam, rotulam e envazam latas, garrafas e embalagens PET de diferentes tamanhos para todo tipo de bebidas. Os equipamentos são uma solução excelente porque são modulares. Ou seja, podem ser integrados e atualizados conforme o uso. Outra empresa do nicho, a Inlarger, de Curitiba (PR), também aposta em estações de envase e trouxe para a feira uma completa para as pessoas entenderem o processo. Feira também é cultura!

Já a Damek, de Carapicuíba (SP), ofereceu uma enorme variedade de equipamentos cervejeiros, mas com boas opções também para produção de vinho, cachaça e kombucha. Ou seja, é possível implementar um projeto com equipamentos customizados. Bem ao lado estava o estande da Grafix, de Belo Horizonte (MG), que ofereceu uma solução sensacional de rótulos e adesivos para garrafas e latas de bebidas com uma tecnologia dedicada. O resultado são rótulos transparentes, metalizados, com texturas, que brilham no escuro, que combinam várias dessas propriedades… Pensa aí em qualquer loucura que tem! E são produzidas na quantidade desejada. 

E quando a lata da bebida estiver pronta, é possível colocar em uma Vitrine Vertical da Esmaltec para gelar. A empresa de Maracanaú (CE) estava apresentando na feira o modelo VV300SL de 300 litros, que tem uma bela área de vidro transparente e uma testeira para aplicação do logo da casa ou publicidade. Bacana…

E na hora de tomar a cerveja, água, café, refrigerante, suco, Kombucha… a feira apresentou uma solução bem bacana da Copos Verdes, empresa de Valinhos (SP). O Brasil utiliza por dia aproximadamente 720 milhões de copos descartáveis. Um seríssimo problema uma vez que estamos enfrentando a poluição do plástico que está ameaçando a vida na Terra, principalmente nos oceanos. Os copos de papel são produzidos a partir de madeira de reflorestamento comercial. São biodegradáveis e 100% recicláveis, usam tintas não tóxicas para imprimir o logo da empresa (ou não) e podem ser reutilizados mais de uma vez pela mesma pessoa. Eles custam mais caro, mas a consciência em torno da sustentabilidade e da preservação ambiental não é moda: é obrigação.

Outra boa presença na feira foi a do Instituto Senai de Alimentos e Bebidas. A instituição promove cursos especificamente para a área de bebidas de Produção Industrial, Produção de Cerveja Artesanal, Rotulagem de Alimentos, entre outros. O objetivo é formar profissionais com sólidos conhecimentos técnicos e práticos sobre equipamentos, processos, matérias-primas, produção, normas regulamentares, recursos humanos e a utilização de ferramentas modernas. Lá pudemos até degustar bebidas inovadoras produzidas pelos alunos dos cursos, como um refresco de limão fluorescente que brilha no escuro! Sensacional!

Ao final, passamos no estande da Empório Sem Álcool, que, como o nome diz, só comercializa versões de bebidas sem álcool. Lá provamos vinhos, um gin, uma versão de Aperol zero álcool e um espumante que estava bem próximo da experiência de um alcóolico. As versões de bebidas sem álcool como essas tem sido uma boa alternativa para os que não curtem ou estão impossibilitados de consumir álcool por algum motivo. São tempos de inclusão.

Nossa impressão final da Softdrinks Tech e a Conakom 2024 foi muito positiva. O mercado de bebidas não alcóolicas é significativo, atrai toda uma cadeia de empresas que geram empregos, renda e ótimos produtos para o consumidor. E a feira mostrou ser um excelente ponto de encontro para descobrir inovações, fazer networking, estabelecer parcerias e realizar bons negócios.

Mais informações no site: https://softdrinks.com.br/

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