A indústria cervejeira brasileira bateu recordes em 2024 com 1.949 cervejarias operando em 790 municípios produzindo 43.176 cervejas
A indústria cervejeira brasileira reafirmou sua força em 2024 batendo um recorde histórico atingindo 1.949 cervejarias operando em 790 municípios. Houve um crescimento de 5,5% na quantidade de estabelecimentos registrados na comparação com o ano anterior, quando havia 1.847 cervejarias distribuídas em 771 localidades. E o Brasil tem 43.176 rótulos de cervejas e 55.015 marcas registradas oficialmente. Mais recordes.
Os dados acabam de ser divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), durante o evento de lançamento do Anuário da Cerveja 2025, publicação oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) órgão que regula o segmento e que consolida os dados da indústria cervejeira brasileira relativos ao ano de 2024.



Santa Catarina foi o estado com maior crescimento no número de cervejarias, com 25 novas unidades, o que representa um aumento de 11,1%. São Paulo segue como o estado com o maior número de cervejarias (427), com 17 novos registros em 2024. Entre as regiões, o Sudeste concentra o maior número de estabelecimentos (889), o que corresponde a 45,6% das cervejarias do país.
Atualmente, 790 municípios brasileiros possuem pelo menos uma cervejaria registrada. A média nacional é de uma cervejaria para cada 109.073 habitantes. O estado com mais cervejarias é o Rio Grande do Sul, com um estabelecimento para cada 32.177 habitantes. Mesmo diante das enchentes históricas no estado e da desaceleração econômica global e principalmente por aqui, o país registrou a produção de 15,34 bilhões de litros de cerveja, ante 15,36 bilhões no ano anterior, uma diferença de apenas 0,11%, o que evidencia a resiliência e a maturidade do setor.
O Anuário também revelou que a grande quantidade de marcas (55.015) e de cervejas registradas (43.176) mostra que a indústria oferece um amplo portfólio e está atenta às mudanças no comportamento do consumidor, com uma diversidade capaz de atender diferentes perfis de renda e de realidades regionais. Tanto que o Espírito Santo foi o estado que teve o maior aumento no número de cervejas registradas, que passou de 1.221 para 1.434 no último ano, um aumento de 213 registros. A média brasileira é de 22,2 registros de cervejas por estabelecimento.
Os dados do anuário revelam ainda o avanço expressivo nas exportações, com mais de 332 milhões de litros enviados ao exterior, um crescimento de 43,4% em relação ao ano anterior gerando um superávit comercial recorde de US$ 195 milhões. A América do Sul concentra 97,7% das exportações brasileiras de cerveja, sendo que o Paraguai foi o nosso principal cliente, responsável por 66,5% do volume exportado pelo Brasil. Já a Alemanha segue sendo a principal origem da cerveja importada pelo Brasil, com um volume de 3.185.550 litros, o que corresponde a 42,5% do volume total importado.
A maturidade da indústria também se expressa nos investimentos robustos realizados nos últimos anos. Segundo levantamento do Sindicerv e da consultoria Euromonitor, o setor aportou mais de R$ 17,5 bilhões desde 2020, especialmente em tecnologia, expansão de capacidade e modernização das plantas fabris.




Segmento estratégico
Com dados atualizados sobre registro de estabelecimentos e produtos, exportações, empregos e tendências de consumo, o Anuário da Cerveja 2025 reafirma o papel estratégico da cerveja na economia brasileira e projeta um setor cada vez mais preparado para o futuro.
“É uma alegria celebrar o setor cervejeiro, uma das grandes paixões nacionais. A cerveja é símbolo de comemoração, mas também representa trabalho, dedicação, qualidade e prosperidade. O Brasil é referência mundial na agropecuária, e isso se reflete na excelência dos nossos produtos. É gratificante ver o Ministério da Agricultura atuando para fortalecer e valorizar um setor tão importante para a nossa economia e para a cultura brasileira”
Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura e Pecuária
“O Anuário 2025 mostra que o setor segue resiliente e inovador, mesmo num contexto desafiador. Isso é resultado de uma estrutura sólida e de investimentos contínuos na produção e nas pessoas que fazem essa vasta cadeia acontecer, do campo ao copo. Cerveja é agro, emprego, renda, diversidade, cultura e gastronomia. Cerveja é Brasil”
Márcio Maciel, presidente-executivo do Sindicerv
Realmente, a cadeia da cerveja é uma engrenagem poderosa que movimenta a economia em diversas frentes, da produção agrícola ao turismo, da logística à inovação. Preservar a competitividade dessa estrutura exige equilíbrio regulatório e sensibilidade tributária. Reformas fiscais que desconsiderem a complexidade e o peso social e econômico do setor cervejeiro podem comprometer empregos, investimentos e o dinamismo de milhares de pequenos negócios que integram esse ecossistema.
Atentos à essa questão, no evento de apresentação do Anuário em Brasília também houve o lançamento da Frente Parlamentar Mista da Cadeia Produtiva da Cerveja, iniciativa apoiada por quase duzentos congressistas sob a coordenação do deputado federal Covatti Filho (PP-RS).
Mais informações e a íntegra do Anuário 2025 pode ser acessada nos sites: www.gov.br/agricultura/pt-br e www.sindicerv.com.br/
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