Cervejaria Nacional cria witbier em homenagem à Iemanjá, a rainha do mar e grande mãe dos orixás
A Cervejaria Nacional comemorou o dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, lançando a Odoyá witbier em homenagem à Rainha do Mar e à grande Mãe dos Orixás. Para desenvolver a receita, a cervejaria paulistana de Pinheiros buscou conexões entre alguns preceitos da cozinha de santo e ingredientes necessários para uma boa cerveja. Para tanto, contou com a curadoria de Lourence Alves, cozinheira e amante de cerveja, filha de Iemanjá e ativista das afrobrasilidades para criar a receita perfeita.
A Odoyá witbier é uma cerveja nada clássica, que em vez de trigo na composição leva milho branco. De coloração amarelo claro e leve turbidez, traz no aroma notas intensas de anis e coco. Na boca, o anis e o coco continuam em primeiro plano, seguido de um corpo médio-baixo, amargor bastante sutil e alta carbonatação, com 5,2 % de teor alcóolico e 15 IBU, resultando numa cerveja super refrescante. Um presente para Iemanjá.
Lourence Alves foi a escolha perfeita. Ela é Drª em Alimentação, Nutrição e Saúde, historiadora e bacharel em Gastronomia, pesquisadora de gastronomia com foco em cozinha afro-brasileira e religiosidades de matrizes africanas, além de ser professora substituta de Gastronomia na UFRJ, colaboradora da Oriki Editora e membro do grupo de Pesquisa e Extensão CulinAfro, que atua junto a territórios quilombolas.
“Desenvolver esse projeto junto com a Lourence foi um processo muito divertido e repleto de aprendizado. A cerveja ficou muito saborosa e curiosa. Sua mistura de anis e coco resultou em algo deliciosamente inédito”
Marcos Braga, mestre-cervejeiro da Nacional
Lourence explica que Iemanjá é considerada a grande mãe dos orixás. Assim como Oxum, ela também é associada à maternidade, mas numa perspectiva mais ampla, como mãe de todos. O afeto fraternal e a conciliação são suas principais atribuições. É considerada também a guardiã das uniões, acordos e contratos. Faz parte do grupo de orixás funfun, ligado à energia da cor branca. A serenidade, pureza e lisura são traços que acompanham as descrições dos orixás ligados à essa linhagem, considerada mais antiga e com status e respeito mais proeminente em relação aos demais orixás.
Além do branco, cor característica dos orixás funfun, Iemanjá também pode estar associada ao azul claro, numa referência aos mares e oceanos, e à prata, que é um de seus elementos. Ao lado de Nanã e Oxum, divide a gestão do elemento água, cabendo a ela a representação das águas salgadas de mares e oceanos. Na África havia outra divindade, Olocum, que era a verdadeira rainha dos oceanos, mas no Brasil o culto a Iemanjá prosperou e a colocou nesse patamar de referência. Sua ferramenta também é um espelho, só que de prata, em referência às águas transparentes que refletem as imagens.
Outra referência é o ebô yá, um prato da cozinha de santo feito com milho branco cozido, temperado e refogado com camarões. Por sua conexão com a água, as comidas dedicadas a Iemanjá usualmente são mais úmidas. O manjar branco, feito com amido de milho também é muito dedicado à divindade. Por fim, temos a canjica ou mugunzá, que é uma comida votiva clássica dos orixás de linhagem branca, também associada às divindades mais velhas.
Também são muito utilizados em suas oferendas grãos, favas e milho branco, azeite doce, espumantes e anis, o que levou a Cervejaria Nacional a desenvolver uma cerveja clara, do estilo witbier com boa carbonatação em referência ao espumante. O milho branco, compõe um dos cereais de base da cerveja, proporcionando um corpo leve, que também remete ao mar. Além disso, são adicionados a esse presente para Iemanjá coco e anis, que contribuem não só para o aroma, mas também para o sabor da cerveja.
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