A Cervejaria Nacional lançou o Projeto Cauim Tiakau que resgata o cauim, bebida alcoólica ancestral indígena brasileira feita da mandioca

A Cervejaria Nacional, localizada no bairro paulistano de Pinheiros, acaba de lançar o Projeto Cauim Tiakau que traz de volta o cauim, a bebida alcoólica tradicional dos povos indígenas do Brasil feita da fermentação da mandioca. A intenção é não só resgatar as raízes ancestrais brasileiras como também produzir uma bebida com forças para mudar o cenário etílico gastronômico do Brasil em 2024.

O cauim sempre foi consumido de forma ritualística nas aldeias, mas graças à iniciativas como a da Nacional estará disponível na cervejaria em São Paulo e ainda nas prateleiras do mercado de bebidas, engarrafado e produzido com métodos modernos.

O projeto contou com a assessoria de dois especialistas, Hildo Sena e Luiz Pagano, que superaram o desafio crucial de chegar a uma receita fiel e ao mesmo tempo comercial. No processo tradicional somente as mulheres das tribos se encarregam de produzir a bebida. Elas cozinham a mandioca e depois a mastigam e devolvem a pasta para ser recozida. A saliva humana quebra o amido em açúcares e dá início ao processo de fermentação.

No novo método, a mastigação foi substituída por enzimas de laboratório desenvolvidas por Sena e pelo uso do koji – um fungo usado para a fermentação do sake – como sugestão de Pagano, representando uma inovação significativa na produção do Cauim Tiakau.

Mas o certo é que graças aos pesquisadores e o talento do Mestre Cervejeiro Marcos Braga da Nacional no refinamento da receita, o Cauim Tiakau ganhou vida na Nacional e a primeira leva foi oferecida para degustação em primeira mão para poucos apreciadores e especialistas, entre eles o Portal Mesa de Bar.

“O cauim existe desde antes dos colonizadores portugueses chegarem ao Brasil. Ele é feito pelas mulheres das tribos indígenas que mastigam a mandioca e a saliva delas quebra essa mandioca em açúcares e daí consegue-se a fermentação. O Cauim Tiakau, que é um resgate cultural da bebida do Inhapuambuçu, região central de São Paulo de 1.500, época do cacique Tibiriçá, obviamente não leva saliva e sim o koji – que é um fungo usado para a fabricação de sake – que substitui perfeitamente e assim conseguimos resgatar essa bebida ancestral do Brasil que espero que as pessoas conheçam e se apaixonem por ela”
Luiz Pagano, coordenador do Projeto Cauim Tiakau

“O Pagano estuda o cauim há mais de 12 anos e tivemos a honra de trabalharmos juntos para produzir essa bebida fantástica aqui na Nacional. A gente fez experimentos, afinamos a receita, mas não sabíamos o que iria sair dos tanques. O sensorial me surpreendeu. Tem um frutado legal de uvas brancas, com uma carbonatação leve, refrescante, com 7,5% de teor alcóolico que você nem percebe. Pode tomar tranquilo que ficou incrível!”
Marcos Braga, mestre-cervejeiro da Cervejaria Nacional

O que não é o Cauim

Cauim não é cerveja, vinho ou sake. É uma bebida singular, uma tradição brasileira desde tempos imemoriais. Através do Cauim Tiakau, a Nacional lidera um movimento que busca reintroduzir essa bebida ancestral na nossa sociedade sob a forma de uma experiência maravilhosa, unindo tradição e modernidade com o prazer de uma bebida muito saborosa.

O Portal Mesa de Bar experimentou e gostou bastante dessa primeira edição. Ela tem uma cor e uma perlage parecida com a de um espumante, um aroma presente e um sabor que começa levemente adocicado e vai te surpreendendo com acidez, um leve frutado e a cada gole ela te entrega mais prazer. Detalhe: são 7,5% de teor alcoólico.

Parceria com Aldeias

Sendo uma bebida indígena, um dos compromissos do Projeto do Cauim Tiakau é também envolver aldeias e comunidades indígenas. A ideia é expandir a produção e comercialização para todas as aldeias interessadas, com o objetivo de preservar a cultura, promover a divulgação e preservação de sua história, além de gerar recursos financeiros extras.

O primeiro indígena a participar desse programa é Kuarasy Koema Ezequiel Mawé, da aldeia dos Potiguara Akaîutibiró, na Bahia da Traição (PB), a única reserva indígena localizada no litoral brasileiro que também está voltando a falar seu idioma original, o Tupi antigo. Ele passará a vender o cauim produzido em São Paulo, gerando renda 100% própria.

Tradição Tupi

A Cervejaria Nacional convida a todos a experimentarem o Cauim Tiakau, que estará disponível on tap na sede em Pinheiros enquanto durarem os estoques dessa primeira edição. Ele não é apenas uma bebida, é um elo que transcende o tempo, conectando gerações e celebrando a rica tradição de nossa cultura. O Cauim Tiakau está pronto para conquistar paladares e corações, renovando a apreciação por uma tradição que merece ser vivenciada novamente.

Parabéns à Nacional por essa iniciativa pioneira que está apenas começando. “T’ereîkokatu” significa “saúde” em Tupi antigo e não deixa de ser uma maneira apropriada de brindar com o cauim o povo brasileiro! Mais informações no site: https://www.cervejarianacional.com.br/