Tradicional bebida destilada japonesa, o Shochu está conquistando adeptos no mundo e também brilha em alguns bares paulistanos
Você já conhece o shochu, uma espécie de “rival do sakê”? As origens do shochu remontam ao século XVI, no sul do Japão, particularmente nas regiões de Kyushu e Okinawa, onde a produção é mais concentrada até hoje. Ele é a bebida mais consumida no Japão a ponto de superar o sakê em popularidade em bares e restaurantes por lá. Nos últimos anos, ele vem ganhando destaque em outros países como a escolha dos amantes do uso na coquetelaria de bebidas de sabores surpreendentes. Inclusive aqui no Brasil.
O shochu é produzido a partir de diversos ingredientes, como cevada (mugi), batata-doce (imo), arroz (kome), trigo sarraceno (soba) ou mesmo castanhas e cenouras, cada um conferindo características únicas à bebida. Ao contrário do sakê, que é fermentado, o shochu passa pelo processo de destilação, o que resulta em um perfil mais complexo e concentrado. Seu teor alcoólico varia entre 25% e 30%.


Incrivelmente versátil, o shochu pode ser bebido puro, com gelo (rokku), diluído em água quente (oyuwari), água fria (mizuwari) ou mesmo misturado em coquetéis. A combinação ideal dependerá da variedade escolhida e da ocasião, mas uma coisa é certa: sempre é uma experiência para os sentidos.
O Japão abriga centenas de destilarias especializadas em shochu, cada uma com métodos e receitas tão diversos quanto as paisagens do país. As destilarias de Miyazaki, Kagoshima e Kumamoto são famosas por criarem algumas das variedades mais icônicas, como o imo shochu, feito com batata-doce, que possui um sabor terroso e marcante. Além disso, as destilarias se destacam pela utilização de ingredientes locais e processos sustentáveis, alinhando tradição e inovação.
O shochu no Brasil
No Brasil, especialmente em São Paulo, onde a influência da maior comunidade japonesa fora do Japão é intensa, a coquetelaria japonesa vem ganhando espaço nos bares especializados da cidade com o uso de ingredientes como yuzu, shissô, umeboshi e… o shochu. Essa tendência se reflete na criação de drinks mais minimalistas, que combinam poucos elementos para criar sabores complexos e sofisticados. A Quickly Travel JTB, do Grupo JTB, um dos maiores conglomerados de turismo do mundo e especialista no destino Japão, deu dicas de três bares paulistanos onde é possível degustar drinks com shochu.



Bares como o Shiro Cocktail Bar, no bairro Cerqueira César, têm atraído atenção com suas receitas autorais, como o “Su com Cumaru“, que mistura cachaça branca, matchá, schrub de cumaru e vinagre japonês. E a versão japonesa do clássico Highball, com shochu de cevada, calvados e club soda, em um ambiente íntimo e com apenas dez lugares, o que garante uma experiência exclusiva.
Já o The Punch Bar, próximo à avenida Paulista, segue o conceito de “omotenashi“, ou hospitalidade japonesa, oferecendo coquetéis personalizados de acordo com o gosto dos clientes. Um dos destaques é o “Kuro Bune“, que leva Mugi shochu, Bourbon, vemouth rosso, umechu – licor de umê e Peychaud’s bitter.
O Tan Tan, premiado como o melhor bar brasileiro pelo 50 Best Bars, também explora ingredientes japoneses como yuzu e umeboshi. A conserva de ameixa ume, por exemplo, aparece no drink “Koreisha“, junto com tequila, vodka, licor de cereja e limão. E o shochu de trigo vai no drink “Mr. Igarashi” que leva ainda vodka Ketel One, vermute branco seco, licor de flor de sabugueiro e caju.
Esses bares, além de trazerem a tradição japonesa, também ajudam a popularizar o uso de destilados como o shochu em coquetéis autorais, promovendo uma experiência autêntica e inovadora. Vale a pena experimentar o shochu nesses ou em outros bares que oferecem a bebida… Kampai!
Mais informações nos Instagram: @shirococktailbar @thepunchsp @tantannb
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