Vinhos de Altitude de Santa Catarina acabam de ganhar o selo de Indicação de Procedência que irá garantir padrão de qualidade e maior atrativo de vendas aos rótulos certificados
A vitivinicultura catarinense acaba de alcançar uma importante conquista. Os Vinhos de Altitude de Santa Catarina acabam de ganhar o direito Indicação de Procedência (IP) nos seus rótulos. Este tipo de registro é dado aos produtos que apresentam uma qualidade única e características do seu local de origem. É o caso, por exemplo, do “Vinho do Porto”, de Portugal e do “Champagne”, da região de Champagne, na França. Ou seja, a Indicação de Procedência irá garantir um padrão de qualidade e maior atrativo de vendas aos produtores da região certificados.
O projeto piloto de “Marca Coletiva”, apoiado pelo Sebrae, foi importante para a estruturação dos critérios para a Indicação de Procedência (IP) dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina, que inclui produtores de 29 municípios catarinenses. Detalhe: é a mais nova concessão do tipo concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Na prática, os produtores de vinhos finos tranquilos, nobres, licorosos, espumantes naturais, moscatéis e brandies instalados nesses municípios, que cumprem o Caderno de Especificações Técnicas, poderão usar, a partir da próxima safra, o selo da IP.
Vinícola Thera Vinicola Pericó
“Comemoramos muito essa vitória conseguida pelos produtores. Esse foi um projeto piloto de marca coletiva, apoiado pelo Sebrae desde 2008, que gerou muitos aprendizados. Os produtores tiveram a oportunidade de, nesse período, estruturarem as bases para o registro de uma Indicação de Procedência de sucesso, com a governança local comprometida com o desenvolvimento local proporcionado pela IP. Ela vai se somar às demais Indicações Geográficas (IG) em estruturação nessa região de Santa Catarina e vai abrir portas para que novos selos de procedência beneficiem diversos pequenos produtores”
Hulda Giesbrecht, analista de inovação do Sebrae
“Foi um trabalho muito interessante e que só vem para valorizar os produtos catarinenses, realizado em conjunto com vários parceiros e coordenado pelo Sebrae/SC com muita competência. É um reconhecimento de que produzimos um produto especial e de qualidade. Essa é uma grande conquista para Santa Catarina, diferenciando e mostrando o valor de nossos produtos”
Humberto Conti, presidente da Vinhos de Altitude – Produtores e Associados
A área geográfica da IP abrange cerca de 20% do território catarinense. Ao todo, são quase 300 hectares de vinhedos plantados a pelo menos 900 metros acima do nível do mar, produzindo cerca de 1 milhão de garrafas por ano. Porém, nem toda produção do território poderá receber o selo IP Vinhos de Altitude de Santa Catarina. Entre as regras para uso, estão a produtividade máxima de sete mil litros de vinho por hectare, elaboração do produto dentro da demarcação, indicação de safra contendo no mínimo 85% de vinho do ano mencionado e aprovação do produto em avaliação sensorial às cegas.
O INPI já concedeu 84 registros em todo o território nacional. Com a IP Vinhedos de Altitude de Santa Catarina, chega a nove o número de regiões demarcadas para vinhos no país. Destas, oito possuem Indicação de Procedência e uma possui Denominação de Origem (DO).
Vinícola Hiragami Vinícola Quinta da Neve A Vinícola Suzin
Relevância
A Indicação Geográfica (IG) é importante para os pequenos negócios, pois é considerada um diferencial competitivo que garante mais oportunidades para as regiões. Além disso, esse reconhecimento permite a valorização dos produtos tradicionais brasileiros e a herança histórico-cultural, protegendo as regiões produtoras.
Nesse contexto, o legado agrega à área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.
A partir de agora, será possível degustar os melhores vinhos finos de altitude de Santa Catarina. Uma região com condições perfeitas para a vitivinicultura, com vinhedos localizados entre 900 e 1.400 metros acima do nível do mar, que garantem um alto padrão de produção. O Vale do Contestado e a Serra Catarinense são as duas grandes regiões produtoras, onde o clima frio permite que as variedades de uva amadureçam de forma lenta e completa.
As excelentes condições geográficas, aliadas ao uso de modernas tecnologias e o trabalho de enólogos qualificados, resultou em espumantes, brancos, rosados, tintos e vinhos doces naturais, com características intensas e marcantes, próprias dos terrenos de altitude.
A união dos produtores catarinenses acabou gerando outros frutos. Já está organizada uma Rota dos Vinhos de Altitude que oferece belas paisagens catarinenses acompanhadas de vinhos de alto padrão para o visitante conhecer e degustar essa produção rica e variada que levou Santa Catarina a ocupar um lugar de destaque na vitivinicultura nacional.
O Portal Mesa de Bar parabeniza o Sebrae e os produtores catarinenses por essa conquista que só vem a beneficiar e amadurecer o mercado nacional de vinhos. Mais informações no https://www.vinhodealtitude.com.br e https://www.sebrae.com.br
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